26 de fev. de 2014

Como agir ao saber de um caso de violência contra crianças ?


MP e Conselho Tutelar dão dicas de como agir ao saber de um caso de violência contra crianças

Com o objetivo de coibir crimes como o caso das três crianças vítimas de maus-tratos na madrugada desta sexta-feira na zona Leste de Joinville e incentivar a denúncia — nesta ocorrência, o casal só foi preso após uma denúncia feita por um vizinho — o Ministério Público e o Conselho Tutelar de Joinville listaram orientações para quem presenciar ou suspeitar deste tipo de violência.

— Em caso de flagrante, quando o ato está em andamento, deve-se chamar a Polícia Militar por meio do número de emergência 190.
— Quando há suspeita de maus-tratos, o correto é fazer a denúncia ao Conselho Tutelar ou ao Disque 100 (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República).
— A escola também pode intervir se houver suspeitas de que a criança está sofrendo violência.
— Os médicos são obrigados a reportar as autoridades quando há indícios de agressão contra crianças.

Conteúdo extraído de http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/seguranca/noticia/2014/02/mp-e-conselho-tutelar-dao-dicas-de-como-agir-ao-saber-de-um-caso-de-violencia-contra-criancas-4427002.html

25 de fev. de 2014

A importância de um olhar mais atendo dos pais !!!

 Pedófilo é preso após conversar com mãe de vítima sem saber.
Esta matéria foi veiculada no Programa Fantástico da Rede Globo, no último dia 23 de fevereiro, salientando a importância da presença dos pais na vida dos seus filhos e do olhar atento das pessoas que convivem com crianças e adolescentes para a prevenção destas situações e a efetivação de uma ação criminal. 

Confira a matéria na íntegra no link a seguir :

24 de fev. de 2014

Gibi trabalha a segurança com crianças


Conheça a revista em quadrinhos de cunho didático Turminha da Segurança 2, desenvolvida para conscientizar alunos da rede pública do Paraná sobre a problemática da exploração sexual. São quatro histórias escritas por Edna Regina em parceira com a delegada Ana Cláudia Machado, da Secretaria de Investigação de Crianças Desaparecidas. Roteiro e ilustrações de Rodolfo Lucchin.



Fonte:  http://www.intranet.cet.unb.br/turismoeinfancia/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=148:gibi-turminha-da-seguranca-2&catid=29:reportagens

20 de fev. de 2014

Proteja-se do Cyber-Bullying!


Até algum tempo atrás, os bullies (agressores) assediavam suas vítimas com provocações ou violência física.  Agora, que a maioria das pessoas usa computadores e celulares para se comunicar, os bullies encontraram um novo mecanismo para feri-las.

A forma de bullying que utiliza meios de comunicação como a internet e os celulares para chegar às vítimas é conhecido como cyber bullying.  Utilizando-se dessas novas ferramentas, os agressores conseguem assumir diferentes identidades e se esconder das vítimas, dificultando a resolução do problema.

Anote algumas dicas para se proteger do cyber-bullying:


  • Não aceite pessoas que você não conhece como seus amigos nas redes sociais, nem deixe disponíveis endereços eletrônicos e sua identidade.
  • Tome cuidado com a quantidade e a qualidade das informações sobre onde você vive, fotos, agenda.
  • Nunca responda a uma mensagem abusiva.
  • Tenha muito cuidado quando você receber e-mails de pessoas que não conhece. Em caso de dúvida, não abra.
  • Conte para um adulto o que está acontecendo.
  • Guarde todas as mensagens de bullying para, se necessário, utilizar como prova.
  • Adote configurações de segurança para proteger seu perfil nos sites de relacionamento.
  • Bloqueie mensagens de remetentes indesejáveis.  Se não for suficiente, troque suas contas de e-mail e de mensagens.
  • Se você receber mensagens indesejadas pelo celular, faça contato com a empresa telefônica para rastrear as ligações.
  • Muito importante:  mesmo que os agressores tenham identidades falsas, é possível rastreá-los.  Por mais que os cyber bullies se escondam, é possível localizá-los!
FONTE:  BASSINI, Leandro.  Combatendo o bullying.  1.ed. São Paulo:  Cereja, 2013.

18 de fev. de 2014

Crianças aprendem pelo exemplo


“Faça o que eu falo, mas não o que eu faço”. Parece óbvio, essa postura não funciona com as crianças!
“Vá estudar”, “Coma as verduras” ou “Seja educado” são tipos de orientações que as crianças jamais vão seguir se o adulto que as dizem não abre um livro há décadas, não come direito ou grita com outros motoristas no trânsito.
As crianças aprendem muito mais observando do que ouvindo ordens. A campanha “Faça sua influência positiva” de uma organização australiana fez um vídeo para mostrar que as crianças são uma responsabilidade de todos nós.
O vídeo é antigo, mas o tema continua atual.

17 de fev. de 2014

Governo lança campanha de proteção à criança no Carnaval


O Governo Federal, por meio do Ministério do Turismo e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), lança mais uma campanha para proteção das crianças e adolescentes contra todos os tipos de violência durante o carnaval. Com a chamada “Proteja Brasil”, estará presente em festas carnavalescas de todo o país, com maior mobilização em  cinco centros carnavalescos do país: Rio de Janeiro, Salvador, Recife, São Paulo e Porto Alegre, além de Brasília.
Na capital da República, a campanha será lançada no próximo dia 13, às 10h, no Terminal Interestadual Rodoviário – SMAS Trecho 04 Conjunto 5/6. As datas do lançamento nas outras cidades serão divulgadas em breve.

Com foco nos pontos de grande circulação de pessoas - como portos, aeroportos, rodoviárias, hotéis e nos próprios circuitos de carnaval (sambódromos, blocos e camarotes) -, a campanha consiste na distribuição de materiais informativos que possuem o intuito de conscientizar a população sobre a necessidade de estar atento, prevenir e denunciar possíveis violações aos direitos de crianças e adolescentes. Além do abuso e exploração sexual, os organizadores pretendem alertar para outros tipos de violência,  como o trabalho infantil.

A campanha pretende abordar os foliões desde a saída do seu local de origem, como nos aeroportos, até as festas. Nas cidades, equipes dos ministérios envolvidos, com apoio dos governos estaduais, prefeituras e movimentos sociais de proteção da infância, farão a distribuição dos materiais informativos. Artistas e personalidades do carnaval também estão sendo convidados a se envolverem na divulgação da campanha.

“Proteja Brasil” é uma ação continuada que visa a promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes. Representada por um trio de “macaquinhos”, que estimula a proteção e a denúncia de crimes contra crianças e adolescentes, a campanha já se tornou tradicional. Para o Carnaval especificamente, as personagens ganharam fantasias alusivas ao período.

Clique aqui para ouvir declaração do coordenador-geral de Proteção à Infância do MTur, Adelino Neto, sobre a importância de campanhas na área.
Estruturação dos Conselhos Tutelares

No ano passado, a SDH/PR distribuiu mil conjuntos de equipagem para Conselhos Tutelares de todo o país. Formados por um carro, cinco computadores, uma impressora, um refrigerador e um bebedouro, os equipamentos fazem parte da estratégia do Governo Federal de oferecer estrutura básica para os conselheiros tutelares.

Neste ano, a SDH/PR inicia o projeto de instalação de Conselhos Tutelares referenciais em 40 municípios brasileiros. Esses locais são projetados para atender às necessidades do serviço, visando garantir um espaço seguro, confortável, sustentável e adequado ao atendimento de crianças, adolescentes e seus familiares. Para começar, devem ser atendidas as 26 capitais e o Distrito Federal, além de 13 municípios com mais de 300 mil habitantes. O custo por sede é de R$ 472 mil. 

Disque 100

Por meio do Disque 100, é possível denunciar quaisquer tipos de violações de Direitos Humanos. O serviço funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive finais de semana e feriados. As ligações podem ser feitas de todo o Brasil através de discagem direta e gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel. As denúncias podem ser anônimas e o sigilo das informações é garantido, quando solicitado pelo demandante.

Nos últimos três anos (2011-2013), a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), responsável pelo Disque 100, recebeu 336,2 mil denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes. O Disque 100 atende também a denúncias de violações de direitos de pessoas idosas, pessoas com deficiência, LGBT, pessoas em situação de rua e outros segmentos vulneráveis, como quilombolas, ciganos, índios, pessoas em privação de liberdade. 

Aplicativo Proteja Brasil

Lançado no ano passado, durante a Copa das Confederações, o aplicativo para smartphones “Proteja Brasil”, o software permite identificar e denunciar violações de direitos de crianças e adolescentes, incluindo os endereços de Conselhos Tutelares e delegacias. Desenvolvido nos sistemas Android e iOS, o aplicativo também permite discar para o número 100.

Parceria

Enquanto a SDH/PR acionará as redes ligadas à temática da criança e do adolescente, como Conselhos Tutelares e de Direitos, secretarias de Direitos Humanos e de Assistência Social, Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), o Ministério do Turismo atuará junto aos Conselhos de Turismo e as secretarias da área, bem como a todo o setor turístico do País.
Fonte:  Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

FONTE:  http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,senado-torna-hediondo-crime-de-exploracao-sexual-de-criancas,1129547,0.htm

14 de fev. de 2014

Falta um mês para o primeiro encontro de 2014


INFORME
Daqui há um mês acontecerá nosso primeiro encontro deste ano letivo.  
Já estamos nos organizando para a programação das atividades que temos pela frente e fazendo os contatos com os palestrantes.  
As visitas às instituições da Rede Municipal de Ensino explicando sobre a importância de um Agente de Referência por período também já estão acontecendo.
Até lá, acompanhe notícias e informações pelo nosso blog!

http://www.emfrentepmsj.blogspot.com.br/


Senado torna hediondo crime de exploração sexual de crianças


BRASÍLIA, 12 de fevereiro de 2014 - Por unanimidade, os senadores aprovaram nesta quarta-feira, 12, um projeto de lei que torna hediondo o crime de exploração sexual de crianças e adolescentes. A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Casa (CCJ), seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados caso não haja recurso de parlamentares para levá-lo ao plenário do Senado.
O colegiado concordou com o parecer do senador Magno Malta (PR-ES) de incluir no rol da Lei dos Crimes Hediondos, de 1990, o favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança, adolescente ou vulnerável. A proposta foi apresentada pelo presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), ex-ministro dos Transportes que foi demitido durante a faxina no primeiro mandato do governo Dilma Rousseff.
Com essa inclusão, condenados a esse tipo de crime vão perder uma série de benefícios previstos em lei: 1) não terão direito a anistia, graça ou indulto; 2) não podem pagar fiança; 3) a pena terá de ser cumprida inicialmente em regime fechado; 4) a progressão de regime de cumprimento de pena é mais demorada; 5) a prisão temporária terá prazo de 30 dias, renováveis por igual período - tempo maior do que em outros crimes.
A proposta, entretanto, não altera as penas para quem comete exploração sexual. Pelo Código Penal, a punição varia de 4 a 10 anos de prisão e, nos casos de exploração com o objetivo de obter vantagem econômica, aplica-se também a pena de multa.
Atualmente, o estupro de vulnerável já é considerado crime hediondo. Isso significa que quem tem relações sexuais ou comete ato libidinoso contra menores de 14 anos é punido com uma pena que varia de 8 a 15 anos de prisão e não tem direito a uma série de benefícios.
Ex-presidente de uma CPI que investigou a pedofilia no País, Magno Malta disse que há muito tempo esse tipo de crime já deveria ser considerado hediondo. Ele comemorou a aprovação da matéria no momento em que o prefeito de Coari, cidade do Estado de Amazonas, foi preso sob suspeita de liderar uma rede exploração sexual de crianças e adolescentes.
A senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) elogiou a iniciativa. Para ela, a proposta dá instrumentos para que a sociedade "combata essa chaga que atinge as nossas crianças", afirmou.

13 de fev. de 2014

Palmada Ensina?



Quando um adulto dá um tapa numa criança, está ensinando que a agressão é uma forma válida de resolver um problema.
Um gesto estabanado pode provocar a queda de um copo barato ou de uma valiosa peça de porcelana. No primeiro caso não há castigo, mas no segundo a criança pode levar uma surra. Ou seja, a punição não está ligada ao gesto da criança, mas à consequência desse gesto e ao estado de espírito dos pais. Portanto, um tapa não ensina nenhuma regra.
Outra limitação do método da palmada é que ele se baseia na superioridade física dos pais, que é efêmera: os filhos estão crescendo e todos os pais já pararam de crescer. Para manter a mesma vantagem, será preciso apelar para acessórios cada vez mais pesados, da mão ao chinelo, deste ao cabo de vassoura e assim sucessivamente.
Ninguém acredita que com palmadas é possível ensinar os filhos a ser generosos, dignos ou confiantes. E são esses os valores que queremos transmitir.
Resposta de Lidia Rosenberg Aratangy*, no texto Os pais comandam. Os filhos agradecem.
 * Lidia Rosenberg Aratangy é psicóloga, terapeuta de casais e famílias, professora aposentada da Faculdade de Psicologia da PUC de São Paulo, da qual foi diretora de 1981 a 1985. Autora de vários livros sobre o relacionamento familiar, entre eles O Amor Tem Mil Caras (Ed. Olho Dágua), Pais que Educam Filhos que Educam Pais (Ed. Rideel), Livro dos Avós (Ed. Artemeios).

10 de fev. de 2014

Ajudando a Vítima da Violência Doméstica


Se alguém lhe disser em confidência que está sendo a vitima de violência, existem alguns passos básicos que você pode seguir:

1. Seja compreensiva(o) – Explique que existem muitas pessoas na mesma situação. Reconheça que é preciso muita coragem para confiar suficientemente em alguém para falar acerca do abuso. Permita-lhe tempo suficiente para falar e não a pressione para contar-lhe detalhes se não o desejar.

2. Ofereça-lhe apoio – diga-lhe que ninguém merece ser ameaçado ou agredido apesar do que o agressor possa ter dito. Seja bom ouvinte, encoraje-a a expressar a sua mágoa e raiva.

3. Deixe-a tomar as suas próprias decisões – mesmo que signifique não estar preparada para abandonar a relação. A decisão é dela.

4. Pergunte-lhe se sofreu agressão física – ofereça-se para acompanhá-la ao hospital se for necessário. Ajude-a a participar a agressão a polícia se ela escolher fazê-lo.

5. Ofereça-lhe informação – sobre a ajuda disponível. Explorem juntas as opções.

6. Planeiem maneiras seguras para abandonar a relação violenta – deixando-a decidir o que é seguro ou não. Não encoraje a pessoa a seguir planos sobre os quais tenha dúvidas.

7. Ofereça-lhe o uso do seu endereço ou número telefónico – para informação e mensagens.

8. Sobretudo, cuide de si enquanto apoia alguém – Não se exponha a situações perigosas: por exemplo, não se ofereça para falar com o agressor sobre a pessoa amiga/conhecida, ou se coloque numa situação em que o agressor a considere uma ameaça para a relação.



7 de fev. de 2014

15 Segundos

Vídeo da Campnha:  http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=SqK_8uqD7uk

Imagens da Campanha:





O que é ser um pai ou uma mãe maus?


É mais fácil cuidar e garantir saúde e bem estar do que educar. Ensinar valores e atitudes a crianças e jovens exige, entre outras coisas, postura e coerência. Os resultados só podem ser vistos tempos depois…
Todas as gerações repetem o mesmo percurso: incompreensão e revolta perante algumas posturas e limites proporcionados pelos pais. E só quando podem viver o papel de seus pais é que entendem, de forma profunda, o que eles fizeram, disseram, indicaram…
Muitos de nós devemos ter na memória uma frase mais ou menos assim: “Quando você for pai/mãe é que vai entender…”.
No texto abaixo, escrito por um médico psiquiatra – Dr. Carlos Hecktheuer, podemos nos identificar com vários dos aspectos indicados sobre esse tema.
Vale a pena ler!



5 de fev. de 2014

Saúde do Escolar


Há cinco anos a Secretaria Municipal de Educação de São José vem trabalhando junto aos seus educadores estratégias de enfrentamento e manejo das violências contra crianças e adolescentes, por meio do EMFRENTE.  E, a partir de 2014 , este grupo passa a integrar a área "Saúde do Escolar" do Setor Pedagógico, que além  EMFRENTEtambém tratará da Acuidade Visual, Escola de Pais e Psicologia Escolar).  À frente do "Saúde do Escolar" estão a professora Angela Gonçalves, a psicóloga Ana Brasil e a pedagoga Débora Augusto da Silva e Silva (conforme ordem na foto).

A convocação dos Agentes de Referência do EMFRENTE que, dentre outras funções, atuam como multiplicadores nas instituições de ensino dos conteúdos trabalhados na formação do grupo, se deu pelo Memorando No. 069/2014/SME, assinado pela Secretária de Educação Sra. Méri Terezinha de Melo Hang.  A mesma enfatiza a necessidade de um Agente de Referência por período, em cada instituição de ensino, buscando ações preventivas e de combate às violências.

Os encontros, que se iniciarão em Março, ainda com local a definir, já estão agendados para a segunda sexta-feira de cada mês, seguindo o cronograma abaixo, com grupos com horário às 08h30 e às 13h30:  


14/Março, 11/Abril, 09/Maio, 13/Junho, 11/Julho, 08/Agosto,
12/Setembro, 10/Outubro, 14/Novembro e 12/Dezembro.


Se você já é um Agente de Referência ou gostaria de ser, entre em contato com a Direção da instituição de ensino em que atua e verifique esta possibilidade.


4 de fev. de 2014

Depoimento sem medo: livro dá voz à criança vítima de abuso sexual



“Por favor, me deixa. Não me pergunta mais nada sobre isso. Eu queria esquecer”. Este relato de uma menina de 8 anos, registrado em um dos processos da Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente de Goiânia, retrata a dor de crianças vítimas de abuso sexual, submetidas a interrogatório e abre o livro Depoimento Sem Medo (?) – culturas e práticas não-revitimizantes: uma cartografia das experiências de tomada de depoimento especial de crianças e adolescentes, uma realização da Childhood Brasil. Escrita por Benedito Rodrigues dos Santos e Itamar Batista Gonçalves, a obra propõe experiências alternativas na tomada de depoimentos de crianças e adolescentes, vítimas ou testemunhas de violência sexual, e também reafirma o direito de que suas vozes sejam respeitadas e valorizadas como prova testemunhal.
O principal objetivo é evitar a revitimização de meninas e meninos, que ainda ocorre com frequência nas tomadas de depoimentos convencionais nas delegacias. O livro é resultado da análise de relatos feita pela equipe de pesquisa do projeto “Invertendo a rota: ações de enfrentamento da exploração sexual infantojuvenil em Goiás”, coordenado pelo professor Benedito Rodrigues dos Santos, e também do projeto “Culturas e práticas não-revitimizantes: reflexão e socialização de metodologias alternativas para inquirir crianças e adolescentes em processos judi­ciais”, realizado pela Childhood Brasil e a Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e da Juventude (ABMP). A iniciativa também contou com o apoio da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) e do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).
As crianças enfrentam um conflito de sentimentos e estresse psicológico, que passa por vergonha, medo, raiva e ressentimento, ao terem que reviver o trauma da violência quando são obrigadas a relatar o ocorrido várias vezes durante a investigação. “Preocupados com este problema, Itamar Gonçalves, Coordenador de Programas da Childhood Brasil, e eu, resolvemos desenhar um projeto juntos para que elas pudessem ter um depoimento mais humanizado”, conta Benedito.
Segundo a publicação, as experiências mais relevantes de depoimentos alternativos estão na Europa (28%), Améri­ca do Sul (28%) e Ásia (16%), predominando dois modelos principais: o sistema inglês de Closed Circuit of Television (CCTV), com depoimentos por meio de circuito fechado de TV e gravação de videoimagem (64%); e o americano, com a utilização de Câmara Gesell (36%). O CCTV é o sistema mais utilizado e evita o contato da vítima com o grande público nos tribunais e ela também poderá estar acompanhada de uma pessoa enquanto presta seu testemunho.
A Câmara Gesell é um dispositivo norte-americano, usado por duas salas divididas por um espelho unidirecional, que permite visualizar a partir de um lado o que acontece no outro, mas não vice-versa. Crianças e adolescentes são ouvidos pelas autoridades judiciais, empregando escuta espe­cializada, realizada unicamente por um psicólogo. Durante a tomada de depoimento, o trabalho desse profissional direciona-se à obtenção de um relato confiável, que possa ser aceito com credibilidade visando constituir prova testemunhal no processo. As salas devem estar equipadas com aparelhos eletrônicos para registro de áudio e imagem.
O livro também aponta que as práticas tradicionais judiciais raramente punem o abusador, por não considerarem os relatos das crianças.
“Os baixos índices de punição dos criminosos deve-se à falta de prova material. Lutamos para que a voz da criança seja considerada nos casos de violência sexual. Na medida em que ela se revela, aumentam os índices de responsabilização”, afirma Benedito.
O trabalho tem sido apresentado em congressos dentro e fora do país para fomento de normas, políticas públicas e práticas sociais de proteção às crianças e adolescentes. “Estamos no caminho certo para inovar e contribuir para solucionar o problema, pensando a política com ênfase em como é feita a escuta da criança, e também trabalhando em um projeto de lei para fechar um ciclo e fazer com que os governos e o setor privado façam sua parte”, afirma Itamar.

Números surpreendentes sobre o desenvolvimento infantil

Alguns números são surpreendentes quando se trata do desenvolvimento infantil: 700 novas conexões por segundo, 90 a 100% de chances de impacto no desenvolvimento dependendo dos riscos a que são submetidas as crianças, chances triplicadas de impacto na saúde… veja o que dizem os especialistas.
O Center on the Developing Child da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, selecionou cinco números para se lembrar sobre o desenvolvimento de crianças na primeira infância:
1.    700 novas conexões neurais por segundo
Os primeiros anos importam porque, ao longo deles, 700 novas conexões neurais são formadas a cada segundo. Conexões neurais são formadas por meio da interação de genes com o meio ambiente e as experiências de um bebê, especialmente a interação com os adultos de “dar e receber”, ou o que os pesquisadores chamam de desenvolvimento de reciprocidade contingente. Estas são as conexões que formam a arquitetura do cérebro – a base sobre a qual toda a aprendizagem posterior, comportamento e saúde dependem.
2.    18 meses: a idade na qual disparidades de vocabulário começam a aparecer
As primeiras experiências e os ambientes em que as crianças se desenvolvem em seus primeiros anos podem ter um impacto duradouro sobre o sucesso posterior na escola e na vida. Barreiras à realização educacional das crianças começam cedo e continuam a crescer caso não haja algum tipo de intervenção. As diferenças no tamanho do vocabulário das crianças aparecem pela primeira vez aos 18 meses de idade, com base no fato de terem nascido em uma família com alta escolaridade e renda ou baixa escolaridade e renda. Aos 3 anos, as crianças com pais ou responsáveis que possuem formação superior tiveram vocabulários de 2 a 3 vezes maior do que aqueles cujos responsáveis não haviam concluído o ensino médio. No momento em que essas crianças chegam à escola, já estão atrás de seus pares, a menos que eles estejam desde cedo envolvidos em um ambiente rico em linguagem.
3.    90 – 100% de chances de haver atrasos no desenvolvimento caso a criança seja exposta a 6 ou 7 fatores de risco
Adversidades significativas prejudicam o desenvolvimento nos três primeiros anos de vida e quanto mais adversidade uma criança enfrenta, maiores as chances de um atraso de desenvolvimento. Na verdade, os fatores de risco, tais como a pobreza, a doença mental do responsável, maus tratos à criança, pai ou mãe solteiros e baixa escolaridade materna têm um impacto cumulativo: neste estudo, as crianças maltratadas expostas a até 6 riscos adicionais enfrentam uma probabilidade de 90-100% de ter um ou mais atrasos no seu desenvolvimento cognitivo, de linguagem ou emocional.
4.    3x mais chances de desenvolver doenças do coração quando expostas à 7 ou 8 experiências adversas ao longo da infância
As primeiras experiências de fato “entram no corpo”, com efeitos ao longo da vida – não apenas no desenvolvimento cognitivo e emocional, mas na saúde física a longo prazo também. Um crescente número de evidências liga agora adversidades significativas na infância ao aumento do risco de uma série de problemas de saúde do adulto, incluindo diabetes, hipertensão, acidente vascular cerebral, obesidade e algumas formas de câncer. Adultos que se lembram de ter 7 ou 8 experiências adversas graves na infância são três vezes mais propensos a ter doenças cardiovasculares na idade adulta. As crianças, entre o nascimento e três anos de idade, são o grupo etário mais propenso a experimentar algum tipo de maltrato: 16 em cada mil crianças.
5.    De U$4 a U$9 de retorno para cada dólar investido em programas de aprendizagem na primeira infância
Proporcionar às crianças um ambiente saudável no qual aprender e crescer não só é bom para o seu desenvolvimento – economistas têm demonstrado que os programas de alta qualidade para a primeira infância trazem retornos impressionantes sobre o investimento. Três dos estudos de longo prazo mais rigorosos encontraram uma série de retornos entre U$ 4 e U$ 9 para cada dólar investido em programas de aprendizagem precoce de crianças de baixa renda. Os participantes do programa seguiram até a idade adulta beneficiados de ganhos aumentados como retornos na forma de redução de educação especial e dos custos relacionados ao crime, e, mais tarde, um aumento de bem-estar e das receitas fiscais dos participantes do programa.
O que esses números nos dizem?
  • A primeira infância importa porque as experiências no início da vida podem ter um impacto duradouro sobre a aprendizagem, o  comportamento e a saúde futuros;
  • Intervenções altamente especializadas são necessárias o mais cedo possível para as crianças que experimentam estresse tóxico.
  • Experiências de vida precoces realmente entram na pele e no corpo, com efeitos ao longo da vida sobre a saúde física e mental do adulto;
  • Fazer as coisas necessárias da primeira vez é mais fácil e mais eficaz do que tentar corrigi-las mais tarde;
  • Toda a sociedade se beneficia de investimentos em programas de apoio à primeira infância.
FONTE:  http://www.todacriancapodeaprender.org.br/numeros-surpreendentes-sobre-o-desenvolvimento-infantil/
FONTE ORIGINAL:  http://developingchild.harvard.edu/resources/multimedia/interactive_features/five-numbers/