30 de abr. de 2014

Semana de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Ensino Municipal de São José


Em 18 de maio de 1973, uma menina de 8 anos foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada no estado do Espírito Santo. Seu corpo apareceu seis dias depois e os seus agressores, jovens de classe média alta, nunca foram punidos. A data ficou instituída como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes” a partir da aprovação da Lei Federal nº. 9.970/2000. O  “Caso Araceli”, como ficou conhecido, ocorreu há quase 40 anos, mas, infelizmente, situações como essa ainda se repetem.
Em virtude desta data, a Secretaria Municipal de Educação por meio do EMFRENTE, e sob organização de seus Agentes de Referência está recomendando o desenvolvimento de ações em parceria com os demais profissionais das instituições de ensino, que promovam a reflexão acerca da temática violência, formas de prevenção, identificação e denúncia.
Neste sentido, encaminhamos roteiro para registro das ações realizadas na semana de 12  a 18 de maio de 2014 (a ser entregue posteriormente à Coordenação do EMFRENTE) e sugerimos alguns materiais que podem favorecer o desenvolvimento destas ações.
ROTEIRO PARA AÇÕES DE MOBILIZAÇÃO NA SEMANA DE 18/05
(Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes)


- Identificação da Instituição de Ensino:

- Agente(s) de Referência:

- Título da Ação:

- Data/ Período de Realização:

- Público Alvo (ex.: alunos, professores, familiares...):

- Articuladores (quem contribuiu para o desenvolvimento da ação):

- Procedimento proposto (descrição da ação):

- Resultados obtidos:

- Ilustração (imagens):  anexar


Ressaltamos que a Rede de Atendimento às Vítimas de Violência, do município de São José, por sugestão do Conselho Tutelar, tendo em vista as comunidades de onde advém o maior número de denúncias, enfatizará suas ações no dia 16 de maio no CEM Antônio Francisco Machado, pela manhã e CEM Morar Bem, pela tarde.  Entretanto, recomenda-se que tanto estas quanto as demais instituições desenvolvam sua própria programação de ações voltadas aos alunos, famílias e educadores, que podem incluir mural informativo sobre o tema, palestras, atividades reflexivas sobre o assunto, disponibilização de textos informativos (folder, panfletos, etc.), caminhadas, dentre outros.  Cabe a cada instituição de ensino definir às ações que melhor se adequarem às suas possibilidades de intervenção, o público a ser atingido e as estratégias utilizadas para tal, providenciando os materiais necessários para este fim.

BLOGS

·                    Blog do EMFRENTE
Espaço virtual com informações voltadas aos educadores que abarca as mais diversas formas de violência, com intuito de orientar a respeito de ações que promovam a identificação, manejo e encaminhamento das situações suspeitas de violência contra crianças e adolescentes.  Os materiais abaixo recomendados são todos oriundos das publicações disponíveis em nosso blog, fruto de pesquisas de materiais de qualidade provenientes de fontes diversas voltados à abordagem do tema.

·                    Blog do Faça Bonito
O slogan Faça Bonito - Proteja nossas crianças e adolescente quer chamar a sociedade para assumir a responsabilidade de prevenir e enfrentar o problema da violência sexual praticada contra crianças e adolescentes no Brasil. A campanha tem como símbolo uma flor, como uma lembrança dos desenhos da primeira infância, além de associar a fragilidade de uma flor com a de uma criança. O desenho também tem como objetivo proporcionar maior proximidade e identificação junto à sociedade, proximidade e identificação com a causa. O Blog contém materiais referentes à campanha como texto base e peças para replicação (folder, arte para camiseta, etc.).

VÍDEOS
·                    Canto da Cicatriz
Documentário a respeito da violência sexual contra meninas, contendo depoimentos de vítimas que relatam detalhes dos abusos sofridos intercalam-se a comentários de especialistas, desenhos feitos por crianças abusadas, filmes de ficção e enquetes nas quais ficam evidentes os mitos e preconceitos envolvendo o assunto, tudo pontuado pelo poema de Gutfreind. Canto de cicatriz centra o foco nas duas principais formas de violência sexual que atingem as meninas: o abuso e a exploração sexual comercial. O tema é abordado a partir de uma perspectiva de gênero, já que, embora meninos também sejam abusados, as principais vítimas são crianças do sexo feminino.  RS, 2005, 37min.

·                    O Segredo – Aprendendo a Lidar com o Abuso
Animação com duração de 30 minutos, este vídeo educativo produzido na Coréia, em 2005, trata de uma situação vivida por Nara, uma garotinha que sofre abuso sexual e não sabe lidar com esse terrível segredo. O episódio mostra formas de identificar crianças que estejam sofrendo esse tipo de violência, retratando de que modo elas se expressam e como costumam se sentir.

·                    Video aulas – uso seguro da internet
Uma série com vídeoaulas sobre direitos de crianças e adolescentes na internet, produzidas pela Childhood Brasil e Safernet, está disponível gratuitamente na internet. Divididas em três módulos, além da introdução, o objetivo é fornecer ao educador subsídios para a abordagem da prevenção de crimes cibernéticos. Os módulos 2 e 3, em especial, tratam dos riscos e perigos no ciberespaço, como por exemplo, exposição da privacidade e de dados pessoais, com destaque para questões ligadas à sexualidade: sexting (exposição íntima) e violência sexual como: aliciamento, exploração e abuso sexual. Sinais para identificação de problemas e dicas de prevenção básica.

PUBLICAÇÕES
·                    Pipo e Fifi
É uma ferramenta que se destina as crianças a partir dos 4 anos de idade, explicando conceitos básicos sobre corpo, sentimentos, convivência e trocas afetivas.  De forma simples e descomplicada ajuda a diferenciar toques de amor de toques abusivos, apontando caminhos para o diálogo, proteção e ajuda.  Todo disponível on-line, livro e caderno de atividades. 

·                    Gibi Turminha da Segurança Volume 2
Revista em quadrinhos de cunho didático desenvolvida para conscientizar crianças sobre a problemática da exploração sexual. São quatro histórias escritas por Edna Regina em parceira com a delegada Ana Cláudia Machado, da Secretaria de Investigação de Crianças Desaparecidas, do Paraná. Roteiro e ilustrações de Rodolfo Lucchin.

·                    Como identificar, prevenir e combater a Violência Sexual contra crianças e adolescentes
Publicação da Secretaria de Promoção Social do Município de Itapetininga (SP), no ano de 2007.  O material fruto do Projeto Criança Pede Proteção volta-se a educadores sociais, professores, profissionais da saúde e comunidade em geral e visa trabalhar informações básicas sobre a violência, além de formas de abordagem e encaminhamento. Considera que uma vez providos de um mínimo de informação, família, escola e comunidade podem ter um papel importante na observação de sinais de alerta da violência, percebendo indicadores físicos e/ou comportamentais e procedendo com a denúncia da suspeita. 

·                    Guia Escolar:  Rede de Proteção à Infância
Material que visa contribuir com a habilidade dos educadores para lidar com problemas de abuso e exploração sexuais de crianças e adolescentes.  Foi idealizado para funcionar como informador, orientador e treinador de integrantes da comunidade escolar, responsáveis pela relação educacional com crianças e adolescentes, sobre abuso e exploração sexual, insere-se no panorama mais amplo dos direitos humanos e, de forma especial, dos direitos de crianças e adolescentes. Para tanto, o Guia oferece instrumentos conceituais e operacionais para que se tomem as medidas necessárias com vista à proteção de crianças e adolescentes.

·                    Cartilha Disque 100
O Disque 100 – Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes é um canal de comunicação da sociedade com o poder público. O serviço recebe e encaminha denúncias sobre violência sexual e outras formas de violência contra crianças e adolescentes, como tráfico, violência física e psicológica e negligência. A publicação oferece informações sobre o serviço Disque 100, como dados de teleatendimentos e denúncias e tipos de violência registrados pelo país.  Esta publicação constitui um instrumento fundamental para se compreender o significado e os alcances desse serviço. 

·                    18 de Maio – Caderno Temático
Caderno temático organizado pelo Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, no sentido de  trazer esclarecimento acerca deste problema no cenário brasileiro e promover a reflexão de todos, uma vez que o enfrentamento desta situação não pode prescindir de ações eficazes, interdisciplinares e efetivas dos governos, dos parlamentos, das empresas, da sociedade civil e dos organismos  internacionais. Dentre os artigos, são tratados os temas Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes;  Desenvolvimento da Sexualidade de Crianças e de  Adolescentes; Educação e Sexualidade; Gênero, Infância, Sexualidade e Educação; O lugar da Escola na Educação Sexual.  É uma publicação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos.  Brasília, Maio de 2008.


Sexting: Crime de divulgar pornografia na internet causa tragédias, mas pode ser evitado


A disseminação de material pornográfico, pela internet, é crime e o mau uso da internet por adolescentes, seja no Lap Top, no Tablet ou no celular, tem causado tragédias. Dois casos de suicídio entre adolescentes deixaram o país estarrecido. O grande problema dos pais e até da polícia é competir com a rapidez com que esse tipo de áudio visual é multiplicado por aplicativos de bate-papo, via celular.  Existe um nome para isso, "Sexting" - a junção das palavras, em inglês: "sex" e "texting" e acontece quando a pessoa envia conteúdos sexuais provocativos, com imagens, mensagens ou clipes de vídeo, por telefone ou internet.

Prática muito comum, nos Estados Unidos e Europa é, relativamente, nova no Brasil, chegou em meados de 2010 e, está ficando também cada vez mais frequente.  Principalmente, de vídeos com momentos íntimos entre casais - seria um tipo novo de "Voyerismo"? Ou por vaidade de um dos parceiros ou até mesmo, uma garantia, premeditada de vingança, caso o relacionamento não dê certo? 

O fato é que, um momento que deveria ser protegido pela confiança entre parceiros, pode virar uma arma, quando é publicado nas redes sociais ou repassado de celular em celular, sem controle. Um dos casos foi de uma moça de 17 anos, o nome dela era Júlia Rebeca, se matou depois que um vídeo com cenas íntimas entre ela, uma amiga e um rapaz, vazou pelo aplicativo de celular - Whatsapp. A menina morava em Parnaíba, no Piauí . O caso aconteceu no último dia 10.  No último dia 14, outra moça, de Veranópolis, na Serra Gaúcha, tirou a própria vida, depois que o ex-namorado, postou em redes sociais, fotos dela, sem roupa.

Eles não desgrudam do celular. E confessam a dependência. "Eu acabo de acordar, já procuro o celular", diz o estudante, Raul Padovan.  A onda do momento é o aplicativo de troca de mensagens instantâneas. "No Whats a gente fofoca mais e eu curto mais postagem de amigo meu, compartilho mais coisas de blogs", diz a estudante,Gabriela Havala.

As regras na escola são claras. "Celular é de uso pessoal, porém dentro da sala de aula o celular é proibido, inclusive a orientação dentro do regimento escolar  é que ele esteja desligado", diz a psicóloga, Ana Lidiane da Cunha Oliveira. Só que fora da sala de aula, a direção percebeu que muita coisa indevida estava sendo compartilhada entre os adolescentes, inclusive conteúdo sexual. Era hora de esclarecer que eles poderiam estar cometendo até mesmo uma infração. "A escola promoveu um encontro para discussão dos crimes virtuais onde esteve presente um psiquiatra, um promotor de Justiça, um perito criminal e uma pessoa da pastoral da família para discussão de um modo geral de como e por que isso está acontecendo até como a tecnologia está entrando e estamos lidando com isso que é algo inevitável", diz Ana Lidiane. "Eu não sabia que poderia trazer tanto risco, como eles falaram", diz Gabriela.

A prática já tem nome: "sexting" - junção das palavras em inglês "sex" e "texting".  É quando a pessoa envia conteúdos sexuais provocativos por telefone ou internet. Apesar de ser um tema relativamente recente, práticas como essa podem ser enquadradas em dispositivos já existentes do código penal. E não pense que a falsa de sensação de anonimato pode favorecer a impunidade de quem comete esses crimes.

Em uma sala que fica no instituto de criminalística. A origem da mensagem pode ser rastreada.  "A gente pode através de um equipamento eletrônico identificar de onde veio a mensagem, de onde veio a chamada e a partir daí, começar rastrear, para ver quem mandou para quem e chegar nos autores", diz o perito criminal, Luis Fernando dos Santos Rocha. Segundo o perito, quem compartilha mensagens por meios virtuais deve pensar nas consequências do ato. "Um simples detalhe mandado a um amigo pode virá uma consequência estadual, nacional e as vezes mundial dependendo da situação que você tenha", diz o perito.

O titular da delegacia virtual, Marco Antônio Balsanini explica que quando a mensagem envolve crianças e adolescentes, existe uma lei específica. "O Eca depois de ter passado por algumas modificações,  ele preserva muito bem a criança e o adolescente no que diz respeito a exploração de imagem. O simples fato da pessoa manter  seja no celular, no computador, uma imagem ou até mesmo uma foto,  de uma criança ou adolescente praticando sexo, ou mesmo nua,  pode ser enquadradado em um crime  e responder por pena até de  4 anos", diz o delegado.

Já quando a vítima é maior de 18 anos, como não há legislação específica, geralmente a autoridade policial trata como crime de difamação. Em todo caso, o delegado lembra que são situações que podem ser prevenidas. "A principal prevenção é apagar do celular ou notebook, as imagens que possam gerar algum constrangimento caso caia nas mãos de pessoas que façam a divulgação dessas imagens na internet ou por outro meio", diz o delegado.

A psicóloga, terapeuta de casais e sexóloga, Vera Simone Adames, fala sobre o que leva as pessoas a agirem, dessa forma, sobre os danos que as redes sociais vêm causando aos jovens, que não aprenderam ainda a lidar com a ferramenta e acabam caindo em armadilhas.  "O que acontece, muitas vezes essa menina cede, porque ela se sente pressionada, ou as vezes acha que isso não vai acontecer. Entra em um modismo porque as coisas acontecem muito rápido, estamos em uma era tecnológica, então é papel da família orientar, vigiar, não no sentido de punir, mas de proteger", diz a sexóloga. De acordo com a psicóloga as relações sexuais, devem acontecer, com determinada idade, momento em que o adolescente sabe o que está fazendo. "Converse, tente buscar alguém que possa dar orientação adequada, porque a sexualidade é uma coisa muito bonita, quando bem vivida. O papel da família é limitar o uso frequente da internet, porque o jovem precisa sentir que tudo tem consequência, porque a vida impõe alguns nãos, então isso precisa ser exrcitado na família", finaliza a psicóloga.

A disseminação de material pornográfico, pela internet, é crime. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no artigo 241, inclusive, qualifica como grave, o crime de divulgar, indevidamente, fotos, vídeos ou imagens de crianças ou adolescentes. 

(Com colaboração Luiz Felipe Fernandes, TV MS Record)

28 de abr. de 2014

Sexo e Sexualidade para Crianças


Três filmes de animação que falam sobre sexo e a sexualidade para crianças. Trata de temas como reprodução, abuso sexual e os papéis que meninos e meninas tem no mundo.


Gênero: Animação, Infantil
Sub-Gênero: Educativo
Duração: 30 min     Ano: 2005     Bitola: indisponível
País: Coréia do Sul     Cor: Indisponível
Sinopse: Episódio que apresenta os sistemas reprodutores de homens e mulheres, mostrando como ocorre a fecundação e como os bebês são formados. 
Classificações do vídeo segundo o site: http://tvescola.mec.gov.br/ MEC: Aplicabilidades Pedagógicas Disciplinas e temas transversais Ciências , Educação Sexual. Nível de ensino Educação Infantil , Ensino Fundamental.

Gênero: Animação, Infantil
Sub-Gênero: Educativo
Duração: 30 min     Ano: 2005     Bitola: indisponível
País: Coréia do Sul     Cor: Indisponível
Sinopse: Episódio que trata do importante aspecto moral de ser você mesmo, independente do que as pessoas querem que você seja ou se pareça.

Classificações do vídeo segundo o site: http://tvescola.mec.gov.br/  MEC:  Nível de ensino Fundamental. 


Gênero: Animação, Infantil
Sub-Gênero: Educativo
Duração: 30 min     Ano: 2005     Bitola: indisponível
País: Coréia do Sul     Cor: Indisponível
Sinopse: Nara é uma garotinha que sofre abuso sexual e não sabe lidar com esse terrível segredo. Episódio que mostra formas de identificar crianças que estejam sofrendo esse tipo de violência, retratando de que modo elas se expressam e como costumam se sentir. 
Classificações do vídeo segundo o site: http://tvescola.mec.gov.br/  MEC:  Nível de ensino Fundamental. 


23 de abr. de 2014

EMFRENTE 2014 no DC

O último encontro da capacitação dos Agentes de Referência do EMFRENTE, que aconteceu em 11/04 foi divulgado na edição de hoje do Diário Catarinense. Confira nota, abaixo:


21 de abr. de 2014

A morte de Bernardo e a culpa coletiva

Numa carta a amigos, em que comentava sobre o linchamento de um jovem na Argentina, o papa Francisco escreveu o seguinte: “A cena doeu em mim. ‘Fuenteovejuna’, eu me disse. Sentia os chutes na alma”.
“Fuenteovejuna” é um clássico do século XVII do dramaturgo espanhol Lope de Vega. O povo de um vilarejo se une para se vingar de um comendador tirano. Um juiz é enviado pelo rei para apurar o caso. Ao perguntar aos moradores quem foi o assassino, todos respondem “Fuenteovejuna”. Assumem a culpa coletivamente.
O menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, foi encontrado morto na cidade gaúcha de Frederico Westphalen. Estava dentro de um saco plástico enterrado às margens do Rio Mico. Foram presos o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta, a enfermeira Graciele Ugolini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz.
A polícia trabalha com a hipótese de que o casal queria colocar as mãos no dinheiro deixado para Bernardo por sua mãe, que se suicidou com um tiro na cabeça em 2010. Com o menino vivo, Leandro teria mais dificuldade para, por exemplo, vender imóveis que estavam no nome dele e da ex-mulher.
Mas há uma culpa coletiva nessa tragédia. A tragédia de Bernardo vem se arrastando há muito tempo à vista de toda Três Passos, o município onde ele vivia. É um história longa e triste de torpeza, injustiça e omissão.
Em novembro, a notícia de abandono afetivo de Bernardo chegou à promotoria da Infância e da Juventude e foi aberto expediente para apurar sua situação familiar. Bernardo era alvo de comentários na cidade.
Em dezembro, o centro de assistência social entregou à promotoria um relatório dizendo que o garoto pernoitava e era alimentado na casa de conhecidos e tinha desavenças verbais com a madrasta. Passava sábados e domingos na rua. O pai não sabia onde ele estava e não o procurava.
No dia 24 de janeiro, ele mesmo se dirigiu ao 4º andar do fórum de Três Passos, onde funciona o Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, e contou das ofensas da madrasta, do pai que não tomava atitude e de sua vontade de morar com outras pessoas. Foi levado para falar com a promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira. Reconfirmou tudo.
A promotora ingressou com ação na Justiça pedindo que a guarda provisória fosse dada para a avó materna, mas o juiz preferiu marcar uma audiência com o pai, ocorrida em fevereiro. Leandro quis uma chance de reaproximação. Bernardo aceitou. 
No dia 7 de abril, quando soube do desaparecimento, a promotora pediu que a guarda fosse dada para a avó. Mas o juiz determinou que, assim que encontrado, ele fosse encaminhado a um lar, pois faltavam elementos sólidos para comprovar que a avó poderia assumir a guarda. Muito pouco, tarde demais.
Seu abandono era notório. A violência psicológica desfilava na frente de todos. Um menino de 11 anos foi sozinho a um fórum para dar seu depoimento. O que faltava?
Bernardo pediu socorro e não foi atendido por ninguém.
«¿Quién mató al Comendador? / Fuenteovejuna, Señor / ¿Quién es Fuenteovejuna? / Todo el pueblo, a una».
Por Kiko Nogueira.  Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

8 de abr. de 2014

Atingimos 200 postagens !


Completamos hoje, 200 postagens em nosso blog ! Os temas são voltados a prevenção, manejo e ao enfrentamento das violências contra crianças e adolescentes. Se você quiser encaminhar alguma matéria relacionada aos tópicos, pode fazê-lo ao e-mail do EMFRENTE emfrente.pmsj@gmail.com .

Próximo encontro do EMFRENTE, em 11/04/2014.


 Conheça os temas a serem abordados no próximo encontro e os nossos palestrantes :
Secretária Andréa Pacheco

Mestre e bacharel em Direito pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), tem especialização em Prevenção ao Crime, além de curso de Preparação à Magistratura na Escola Superior da Magistratura. Delegada aposentada com atuação em Palhoça, na Delegacia da Mulher, Criança e Adolescente, e na DEIC (Diretoria Estadual de Investigações Criminais).
  

Conselho Tutelar
Conselho Tutelar é um órgão independente, com atuação autônoma, encarregado de zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e adolescentes. Entre as atribuições dos conselheiros tutelares está o atendimento à criança e ao adolescente sempre que houver ameaça aos direitos; o atendimento e aconselhamento de pais com filhos em situação de risco; e o acionamento dos órgãos judiciais em caso de violação destes direitos.

4 de abr. de 2014

Casos de pornografia infantil poderiam ser evitados



Uma reportagem do jornal "Bom Dia Brasil" apresentou uma reportagem com uma prévia dos indicadores consolidados de 2013 que foram publicados em fevereiro deste ano pela Safernet Brasil em parceria com a Folha de S.Paulo. 
Os adolescentes, principalmente, na ânsia pela popularidade acabam se expondo em demasia nas redes sociais, ficando ainda mais vulneráveis à este tipo de crime.  Segundo especialistas em segurança na internet esta faixa etária caracteriza-se como principal alvo dos criminosos que agem na rede.  Primeiro porque passam muito tempo online.  Segundo porque acabam "esquecendo-se" de que a internet é um espaço público e se expõem.  Confira as dicas para prevenção de crimes na esfera virtual no link a seguir:

http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/videos/t/edicoes/v/maioria-dos-casos-de-pornagrafia-infantil-poderia-ser-evitada/3147319/

3 de abr. de 2014

Vamos Ouvir as Crianças?

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outubro 10, 2013


A ONG Centro de Criação de Imagem Popular (Cecip), do Rio de Janeiro, organizou uma cartilha com sugestões de metodologias para estimular as crianças a falarem sobre seu cotidiano. O livreto “Vamos ouvir as crianças?” pretende mostrar a educadores, pesquisadores e gestores públicos brasileiros como ouvir e aproveitar propostas de crianças para melhorar a vida nas cidades. A publicação é fruto das experiências de participação com crianças, desenvolvidas no projeto Criança Pequena em Foco ao longo do ano de 2012. O objetivo foi promover um espaço onde as crianças pudessem falar e trocar impressões sobre os lugares onde moram, os seus modos de vida, o que gostam de fazer, os espaços que frequentam, as dificuldades e os problemas que enfrentam em seu cotidiano. Para isso, foram realizadas oficinas reunindo, ao todo, cerca de 100 crianças, com idades entre 4 e 12 anos, frequentadoras de instituições comunitárias e moradoras das favelas Santa Marta, Babilônia e Chapéu-Mangueira, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro.

2 de abr. de 2014

Baixa Autoestima Pode Levar à Prática de Violência


PUBLICADO EM 21/07/13 - 03h00
Sentir-se incapaz e inferior ao próximo pode levar à violência e a uma série de transtornos físicos e emocionais, conforme o estudo da UFMG. “Uma pessoa que pratica o bullying, por exemplo, pode ter um autoconceito negativo e, por isso, agir de forma agressiva com o outro”, explica a coordenadora do Núcleo de Promoção Saúde e Paz, Elza Machado de Melo.
A lista de consequências da baixa autoestima vai muito além do bullying. A psicopedagoga Lauriza Maria Nunes Pinto acrescenta mudanças no estilo de vida, como a inserção em gangues ou o uso de drogas. “Há também os que desenvolvem depressão, anorexia ou, na fase adulta, passam a ter problemas cardiovasculares”.
Ela relata que, durante a aplicação dos questionários, muitos alunos deixaram recados na folha de respostas com desabafos. “Os alunos querem ser ouvidos, só não encontram onde”. Para mudar isso, ela pretende entregar, ainda neste ano, cartilhas com orientações sobre o autoconceito.

1 de abr. de 2014

Brasil perde R$ 7 bi por ano com gravidez na adolescência

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novembro 4, 2013








A gravidez na adolescência é tema do relatório anual do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), divulgado no dia 30 de outubro. De acordo com o documento, 7,3 milhões de adolescentes se tornam mães a cada ano e nos países em desenvolvimento, todos os dias, 70 mil meninas com menos de 18 anos dão à luz e 200 morrem por causa de complicações da gravidez ou no parto.
No Brasil, apesar da queda de 15% (2000) para 12% (2010) do número de meninas de 12 a 19 anos com filhos, o índice ainda é considerado elevado. Segundo a pesquisa, o Brasil tem dado “passos” para aumentar o acesso das jovens grávidas ao tratamento pré-natal e de pós-parto. Entretanto se as adolescentes brasileiras adiassem a gravidez para depois dos 20 anos, a produtividades do país poderia aumentar em U$ 3,5 bilhões (algo em torno de R$ 7,6 bilhões).O documento aponta que os critérios de renda, raça/cor e escolaridade são extremamente forte para que adolescentes brasileiras engravidem – pobres, negras, indígenas e com menor escolaridade tendem a engravidar mais que outras adolescentes.
O relatório completo está disponível nas versões em inglês e em espanhol.