24 de nov. de 2014

Agente de Referência do EMFRENTE recebe Prêmio Escola


 
Na última semana, a Agente de Referência Daiana Della Giustina e sua parceira de trabalho, Danuza de Souza Nunes, tiveram seu projeto de prevenção à violência sexual contra crianças ("Cuide de Nossas Crianças"), desenvolvido no CEI Ondina Schmidt Gerlach, reconhecido pela OAB, agraciado com o segundo lugar do prêmio Escola Exemplo.  

O Prêmio Escola Exemplo foi uma iniciativa da Comissão OAB Vai à Escola para reconhecer boas práticas na rede pública de ensino. A presidente da Comissão Estadual OAB Vai à Escola, Ana Paula Travisani, que organizou o prêmio, ressaltou a importância de levar o direito e a cidadania a todos os membros da comunidade escolar e da sociedade. Ela lembrou a pesquisa realizada pela comissão no ano passado, que apontou índices assustadores de bullying nas escolas públicas da Grande Florianópolis - 82% dos alunos afirmaram, à época, conhecer pelo menos um caso em sala de aula. Segundo a advogada, dessa pesquisa surgiu a ideia de instituir um prêmio. O vice-presidente da Comissão, Kleiber Gomes Reis, e a secretária Jennifer da Silva Rodrigues, também participaram do evento.

O projeto vencedor, “Meninos e meninas bilíngues: o caminho para a inclusão”,  foi implantado na Escola Lauro Müller há nove anos pela então professora Márcia Raquel Martins, hoje diretora da instituição. À época, ela se preparava para receber um aluno surdo entre os demais, mas não havia intérprete disponível para estudar com ele. Ela fez, então, com que os alunos surdos das séries mais avançadas passassem a dar aulas de Língua Brasileira de Sinais (Libras) para os alunos da turma de quarto ano, fazendo com a inclusão ocorresse de forma contrária à tradicional. O projeto, porém, deu tão certo que tomou conta de toda a escola, também por meio de teatro e depois com vídeo-aulas publicadas no blog Vejo Vozes, lançado em 2011. Hoje, a escola atende oito alunos surdos e se prepara para receber o nono em 2015.
 
 

O projeto desenvolvido na Rede Municipal de Ensino de São José, já apresentado também ao EMFRENTE, desenvolvido pela Agente de Referência como ação em prol do 18 de Maio, intitulado "Cuide de nossas crianças", com o segundo lugar, enfatizou a noção de sexualidade e autonomia do próprio corpo com crianças de 5 e 6 anos de idade, que vêm despertando a curiosidade em relação às partes íntimas e às diferenças entre meninos e meninas. O projeto trabalhou o corpo humano com os alunos e ensinou-os a diferenciar os toques de carinhos de toques abusivos, tudo por meio de histórias e brincadeiras. As professoras confeccionaram dois mascotes de pelúcia - o Pipo e a Fifi, personagens da história infantil de onde o projeto foi inspirado - que podem ser levados para casa a cada fim de semana. “A princípio, os pais se assustaram com a ideia do projeto, mas depois perceberam uma grande lição por trás dos personagens e o quanto precisamos ficar atentos com o que acontece com as nossas crianças”, salientou a professora Daiana Della Giustina.

O terceiro lugar ficou com a proposta "Biblioteca Kids", apresentado pela Biblioteca Municipal Professor Barreiros Filho, Estreito.  O projeto levou leitura e cultura para as crianças das creches municipais de Florianópolis por meio de uma minibiblioteca que é disponibilizada às instituições, com 200 a 300 livros obtidos por meio de doação. A finalidade é estabelecer uma ligação ainda maior entre família, educadores e comunidade. Até novembro, o projeto foi implantado em nove creches e contemplou cerca de 1,2 mil estudantes.  “A biblioteca não pode mais ser vista apenas como estantes e paredes, nem as creches como um depósito de crianças que são deixadas lá para os pais poderem trabalhar. A gente precisa sair disso e ser parceiras das escolas que tanto precisam da gente”, diz a coordenadora do projeto Maritza Fabiane Celestino, que recebeu o prêmio. 

A Coordenação do EMFRENTE parabeniza aos educadores por seus trabalhos e também às instituições nas quais atuam, pelo apoio.  Em especial, nosso reconhecimento à Agente de Referência Daiana Della Giustina, que materializou de forma brilhante, por meio do projeto desenvolvido com os bonecos Pipo e Fifi, a prevenção à violência sexual contra as crianças.  Fica a alegria de perceber que as ações deste grupo, iniciadas em 2010, fazem eco nas práticas dos educadores da Rede Municipal de Ensino de São José, que com seu talento e competência profissional atuam de forma a prevenir e combater as violências. 
 
 

OBS:  A matéria da Assessoria de Comunicação da OAB/SC serviu de base para este texto:  http://www.oab-sc.org.br/noticias/projeto-que-incentiva-inclusao-na-escola-lauro-muller-vence-1o-premio-exemplo/10790

20 de nov. de 2014

Redução da Agressividade em Crianças Pequenas




Evidências indicam que, para algumas crianças, os padrões de comportamento agressivo não se alteram com o desenvolvimento da linguagem e de habilidades sociais. Crianças que demonstram altos níveis de agressividade na Primeira Infância correm o risco de ter problemas continuados na infância e na adolescência. O desafio, portanto, é descobrir formas de apoiar essas crianças e suas famílias visando à redução da agressividade e à promoção de capacidades sociais positivas.


Sobre esse tema, a Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância disponibiliza artigo  que discute o tema à luz dos trabalhos de Carolyn Webster-Stratton, Mark Greenberg e John Lochman, nomes importantes na pesquisa de prevenção e tratamento da agressividade na infância. O material oferece diretrizes essenciais para os profissionais que oferecem ou planejam serviços de atendimento para crianças pequenas e suas famílias.

Um dado interessante é que grande parte da pesquisa empiricamente validada sobre intervenções com crianças agressivas foi conduzida com meninos, porque seus problemas de comportamento agressivo são mais prevalentes e frequentemente mais evidentes do que os das meninas. Entretanto, a permanência dos problemas de comportamento agressivo das meninas é semelhante à dos meninos, e os problemas que meninas agressivas enfrentam na adolescência e na vida adulta são igualmente preocupantes.


Ressalta-se, ainda, que focalizar a criança é necessário, mas não suficiente. Nos primeiros anos de vida, as intervenções mais eficazes sustentam a capacidade dos pais de apoiar o desenvolvimento saudável da criança.

 

19 de nov. de 2014

EMFRENTE no Seminário de Equidade Racial e Gênero


São José está com uma rica e diversificada programação voltada ao mês da consciência negra.  Um dos eventos que integra esta proposta é o Seminário de Equidade Racial e Gênero a realizar-se no dia 20 de novembro do ano corrente, a partir das 13h30.  Visando um espaço de reflexão sobre a valorização da diversidade cultural no espaço escolar, que auxilie no combate ao racismo, machismo e homofobia, o evento contará com apresentações culturais, socialização de trabalhos, palestra e mesa de debates.  Da mesa de debates participará a coordenação do EMFRENTE, focando a importância de ações que se voltem para a prevenção e manejo das violências contra crianças e adolescentes, neste contexto.

A programação completa do seminário pode ser conferida abaixo e, para maiores informações, contatar os fones 3381-7421, 3381-7493 ou o e-mail diversidade.sme@pmsj.sc.gov.br .

18 de nov. de 2014

Por Ser Menina no Brasil: Crescendo entre Direitos e Violências

 
“Embora as mulheres e crianças sejam reconhecidas em políticas e planejamentos, as necessidades e direitos das meninas frequentemente são ignorados. Trabalhamos para que elas sejam as principais agentes transformadoras das suas realidades. As meninas nos contaram, por exemplo, que gostam de serem meninas, mas outros resultados são surpreendentes.” Esta é a opinião de Anette Trompeter, diretora nacional da Plan International Brasil, sobre a pesquisa "Por Ser Menina no Brasil: Crescendo entre Direitos e Violências”.


A pesquisa, disponível em duas versões (completa e resumo executivo), ouviu 1.771 meninas entre 6 e 14 anos nas cinco regiões brasileiras. Entre os resultados, descobriu-se que 13% das garotas já tiveram experiência em trabalho ou trabalham. No texto de apresentação do relatório, lançado em setembro durante um seminário em Brasília, Anette aponta outro dado expressivo sobre o universo das meninas brasileiras: “enquanto 76,8% lavam louça e 65,6% limpam a casa, apenas 12,5% dos seus irmãos homens lavam a louça e 11,4% dos seus irmãos homens limpam a casa”.


Plan International é uma ONG inglesa, criada em 1976 e presente em 69 países. No Brasil desde 1997, a organização trabalha em 20 projetos que atendem a mais de 70 mil crianças e adolescentes.

FONTE:  http://www.promenino.org.br/servicos/biblioteca/por-ser-menina-no-brasil-crescendo-entre-direitos-e-violencias-confira-a-pesquisa-completa-realizada-pela-ong-plan-brasil

17 de nov. de 2014

Atenção básica: violência intrafamiliar

 
A violência intrafamiliar atinge parcela importante da população e repercute de forma significativa sobre a saúde das pessoas a ela submetidas, principalmente das crianças. Configura-se um problema de saúde pública relevante e um desafio para os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Ministério da Saúde publicou o Caderno de Atenção Básica – Violência intrafamiliar – Orientações para a prática em serviço, para apoiar estados e municípios na implementação de ações que promovam a igualdade e o exercício dos direitos humanos. O material visa à sensibilização e a capacitação das diferentes categorias profissionais que atendem as pessoas em situações de violência intrafamiliar.

O material aponta fatores de risco para a violência intrafamiliar, além de especificidades das violências contra crianças e adolescentes, contra mulheres, idosos e pessoas com deficiência. E, finalmente, se propõe a debater estratégias e compromissos para a prevenção das violências.

Você confere o material, na íntegra, aqui:  http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_19.pdf

FONTE:  http://www.radardaprimeirainfancia.org.br/atencao-basica-violencia-intrafamiliar/

11 de nov. de 2014

Penúltimo encontro de 2014

 
Prezados Agentes de Referência

Lembramos a vocês que nesta sexta-feira, dia 14/11, nos períodos matutino (a partir das 08h30) e vespertino (a partir das 13h30), na Casa do Educador, acontecerá o penúltimo encontro de formação do EMFRENTE deste ano letivo.

Como tema a ser debatido na ocasião teremos a "Vulnerabilidade das crianças e adolescentes nas questões das diversidades" e contaremos com a contribuição das equipes do Setor de Educação das Relações Étnico-Raciais e Gênero, bem como do Setor de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, ambos da Secretaria Municipal de Educação de São José.

Aguardamos sua presença!  Até lá.

4 de nov. de 2014

Protótipo avisa se criança é alvo de pedofilia na web

Programa é um protótipo e foi desenvolvido durante mestrado em Curitiba.
Professoras trabalham para conseguir inserir produto no mercado.
 


Um protótipo desenvolvido em Curitiba mostrou que é viável a criação de um software para alertar crianças e adolescentes quando eles são vítimas de aliciação pela internet. O projeto é resultado de uma dissertação de mestrado e tem como base um banco de dados internacional que catalogou mais de 500 conversas entre aliciadores e crianças ou adolescentes. O software foi programado para monitorar os diálogos virtuais e emitir sinais de alerta, quando o conteúdo assume conotação sexual.

“Ele tem um caráter autoprotetivo, e o que a gente almeja é que a pessoa instale este programa no computador, utilizado pela criança ou pelo adolescente, ficando na barra de tarefas o desenho de um semáforo. Enquanto a criança ou adolescente está trocando conversas, aquele semáforo está monitorando”, explicou Priscila Louse Leyser Santin, de 35 anos, que é professora substituta na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTPF) e criou o protótipo durante o mestrado em Informática na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

O semáforo ficará sempre na cor verde até que surja um indício de aliciamento. Neste momento, a cor amarela se acende na tela do computador. Em um estágio mais avançado, a cor vermelha é acionada.
De acordo com Priscila Santin, a ideia é que os pais orientem os filhos a sair da conversa, mediante as cores amarela e vermelha, para que eles não se tornem possíveis vítimas.


“Outra possibilidade é que este monitoramento seja feito, além do computador onde a criança esteja, em algum dispositivo que os pais tenham em seu poder. Para que sinalize quando o filho está em uma conversa com sinais de aliciamento”, complementou Priscila Santin.
 

Ela explica que a criação do software tem como fundamentação uma adaptação da Teoria da Comunicação Lubridiante – que foi estabelecida por um grupo de pesquisadores que analisou o comportamento de aliciadores e, a partir disso, estabeleceu estágios que vão desde o primeiro contato entre o criminoso e a vítima até o encontro pesssoal.

Nesta adaptação, ficaram estabelecidos inicialmente os estágios de acesso, troca de informações pessoais, informações de relacionamento, atividades, elogios e desensibilização comunicativa.
 
É neste estágio de desensibilização comunicativa, de acordo com Priscila Santin, que o aliciador insere termos vulgares para ver como a vítima reage. O agressor muda o tom da conversa para ver se a possível vítima abandona o chat ou se dá continuidade ao diálogo.

Em seguida, vem o estágio de  reenquadramento. “É quando o agressor diz para vítima que o sexo não é um problema, que é uma fase pela qual todo mundo passa e que não tem porquê esta vítima – a criança – esperar a fase adulta para passar por isso”, detalhou.

Por fim, o criminoso parte para os estágios de isolamento e de aproximação, que é o momento em que o encontro é marcado. “É toda uma sequencia de conversas que faz o software sinalizar em qual estágio este agressor está com relação à vítima”, destacou Priscila.
Todo este processo de aliciamento pode levar meses. Os estudiosos afirmam que os estágios são atingidos lentamente até que o criminoso consiga o objetivo de encontrar a criança ou adolescente e abusar sexualmente dela.
É sabido que os agressores têm perfil e comportamento semelhantes e, durante as conversas com as possíveis vítimas, eles deixam transparecer essas características primitivas (como avaliam os pesquisadores), permitindo a identificação dos traços de aliciamento. Esse monitoramento faz com que seja calculada uma taxa de risco de abuso sexual. Na cor verde, a susceptibilidade é de até 50%; na cor amarela, o risco fica entre 50% e 75% e a vermelha, o perigo é superior a 75%.
Aplicação no Brasil
Para a professora que coordenou o projeto, Cinthia de Freitas, ficou comprovado que é possível aplicar a Teoria da Comunicação Lubridiante e que o produto é completamente viável, trazendo benefícios para a sociedade.

O protótipo foi criado para conversas na língua inglesa, porque não existe um catálogo dos diálogos dos aliciadores em português. Isso porque a legislação brasileira determina segredo de justiça para investigações, inquéritos e processo judiciais envolvendo crianças e adolescentes. Todavia, segundo Cinthia Freitas, como a técnica e o conhecimento já estão desenvolvidos, é possível adaptar o software a qualquer idioma.

Inclusive, já existe um diálogo com o Poder Judiciário para que os arquivos de conversas entre aliciadores e vítimas seja acessado para fins acadêmicos e de pesquisa. Agora, o esforço está concentrado para que o software deixe de ser um protótipo e vire um produto, ou seja, passe a ser comercializado e ajude na prevenção dos crimes sexuais contra crianças e adolescentes. Para isso, são necessários parceiros que tenham interesse em investir na ideia.

Segundo Freitas, o Centro de Defesa da Infância e o Setor de Inovação, ambos do Grupo Marista, apoiam o desenvolvimento de plano de negócio para buscar esses parceiros. Como ainda é um protótipo, o projeto teria que passar por algumas adaptações para entrar no mercado. Uma vez solucionadas essas questões, o programa estaria apto para ser instalados em computadores, tabletes e celulares.