31 de mar. de 2015

A Importância do Vínculo


 
Pesquisas mostram que existe um fator que faz grande diferença no desempenho do seu filho, na escola e na vida. Algo mais determinante do que inteligência ou recursos: a sua boa conexão com ele

Qual é a melhor ferramenta para garantir um bom futuro ao seu filho? Uma poupança que banque uma ótima educação? Cursos e atividades extracurriculares que o ajudem a desenvolver múltiplas habilidades? Estímulos adequados desde a concepção até os primeiros anos, quando o cérebro está em formação e absorve quantidades enormes de dados? Ou ao contrário, deixá-lo dispor de tempo livre para experimentar e descobrir o mundo?

Essas dúvidas cruzam a mente de pais e mães por todo o planeta. Algumas nos torturam até, ou nos enchem de culpa e de trabalho extra, já que bancar boas escolas e cursos não custa pouco. A questão é que a resposta correta talvez não esteja aí. "O que mais importa no desenvolvimento de uma criança não é a quantidade de informação introduzida em seu cérebro nos primeiros anos de vida. E, sim, ajudá-la a desenvolver um conjunto de características, como persistência, autocontrole, curiosidade, escrúpulos, determinação e autoconfiança, que vão fazer diferença tanto no seu desempenho escolar como por toda a vida", diz o jornalista americano Paul Tough, autor do livro Uma Questão de Caráter (Ed. Intrínseca), que investigou por que características emocionais podem ser mais determinantes do que inteligência ou recursos em uma educação de sucesso.

Mas como garantir que essas características emocionais se desenvolvam? Vários estudos comprovam que existe uma condição essencial, primeira - e determinante para que elas aflorem. Quer saber a melhor parte? É grátis e está ao alcance de todos nós. Trata-se de uma ferramenta poderosa, que nasce e cresce com cada mulher e com cada homem que se tornam mãe e pai: dedicar ao seu filho sua presença, seu cuidado atento, seu amor.

Assim, antes de se perguntar se é melhor tocar Mozart para o seu bebê recém-nascido ou pesquisar desde já bolsas de estudos em faculdades top de linha, talvez seja melhor analisar um período de licença maternidade maior ou a diminuição da sua jornada de trabalho. Resultados de diferentes pesquisas apontam que, para que seu filho adquira a segurança e as habilidades necessárias para usufruir de tudo o que você - e o mundo - puderem colocar à sua disposição, para que ele desenvolva ao máximo suas potencialidades, o que mais ele necessita é de uma conexão amorosa com vo-cê. Você.

O psicanalista britânico John Bowlby e Mary Ainsworth, pesquisadora da Universidade de Toronto, já haviam mostrado, em uma série de estudos publicados na década de 1960 e início da década de 1970, que os bebês cujos pais atendiam pronta e plenamente ao seu choro nos primeiros meses de vida mostravam-se, com 1 ano de idade, mais independentes e intrépidos do que aqueles cujos pais os tivessem ignorado. Na pré-escola, esse padrão se confirmava. Crianças cujos pais tivessem reagido de maneira mais sensível às necessidades emocionais delas quando bebês eram as que demonstravam maior autonomia.

Seguindo a mesma linha, Clancy Blair, pesquisador de psicologia na Universidade de Nova York, vem promovendo um experimento em larga escala no qual acompanha um grupo de mais de 1.200 crianças praticamente desde o nascimento. Um dos testes que faz é medir os níveis de cortisol dessas crianças ao enfrentarem situações adversas. O cortisol é um hormônio intimamente ligado ao sistema emocional, que serve para controlar inflamações, alergia, estresse. A intenção é ver como cada criança reage em momentos de turbulência familiar, caos, tumulto, ou seja, como lida com instabilidade e problemas.


Blair constatou que esses momentos de fato têm grande efeito nos níveis de cortisol das crianças — mas apenas quando as mães se mostram desatentas ou indiferentes. Quando as mães apresentam um alto grau de atenção e se conectam positivamente com as crianças, o impacto desses fatores ambientais sobre os filhos parece quase desaparecer. Ou seja: cuidados de alta qualidade funcionam como um poderoso amortecedor perante eventuais danos causados pela adversidade. E constituem uma base segura a partir da qual a criança se coloca perante o mundo e o explora com maior eficácia. Mas em que consiste exatamente esse cuidado de qualidade? Veja, em cada etapa do crescimento, como ele pode se traduzir.

E se algo sai do trilho?

"Quando as relações não vão bem, não são adequadas, as crianças costumam dar sinais. Esses sinais podem vir na forma de alergias, de doenças que se repetem, de mau comportamento, de dificuldades no aprendizado, de maior agressividade ou de uma extrema timidez ou falta de socialização, por exemplo", explica Lais. Algumas fases mais críticas, nas quais esses sinais costumam manifestar-se são o momento de tirar as fraldas, a alfabetização - hora em que a criança vai inscrever-se no mundo e dizer quem é -, ou a adolescência. Muitas vezes, nesses períodos, surgem dificuldades que não têm a ver com deficiências físicas ou cognitivas, mas são a manifestação de faltas emocionais ou de dificuldades familiares que as crianças experimentam. O melhor a fazer quando isso acontece é procurar ajuda. Vale a pena pedir assistência a um psicólogo, a um orientador da escola, e agir. "Por sorte, as crianças respondem bem, mudam e se adaptam rápido. Por isso, quanto antes, melhor. Se a falta de vínculo e a desconexão se perpetua, isso vai se agravando e ocupando um espaço maior na vida da criança. Agora, é importante o adulto estar disposto a ouvir e a mudar também", diz Lais. "Todos nós vivemos faltas, e cada um faz o que pode com isso. Mas não há mal nenhum em pedir ajuda, aconselhamento profissional. Muitas vezes, algumas poucas consultas servem para retomar o contato e encontrar caminhos mais saudáveis."


(Este material corresponde a parte de um artigo da “Educar Para Crescer”.  Você pode acessá-lo na íntegra aqui: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/vinculo-790582.shtml?utm_source=redes_educar&utm_medium=facebook&utm_campaign=redes_educar )

23 de mar. de 2015

Prevenção ao desaparecimento de crianças e adolescentes

Desde 2014 a Secretaria Municipal de Educação, por meio do EMFRENTE, estabeleceu uma parceria com a Polícia Civil, Instituto Geral de Perícias e Portal da Esperança, visando a prevenção ao desaparecimento de crianças e adolescentes. Neste sentido, ações diferenciadas voltadas aos alunos dos anos iniciais (palestras com orientações básicas para prevenir este tipo de situação) e anos finais (confecção de cédulas de identidade, a fim de facilitar a identificação dos adolescentes) vem sendo promovidas nas instituições de ensino da Rede Municipal. 

Abaixo, você confere matéria sobre a entrega dos RGs dos alunos do CEM Morar Bem.


9 de mar. de 2015

Primeiro encontro da formação do EMFRENTE - Ano letivo 2015



No dia de amanhã, 10 de Março, iniciaremos a formação do EMFRENTE – ano letivo 2015, na Casa do Educador.  O encontro do grupo que participa no período matutino tem início previsto para as 08h30, enquanto que o grupo do período vespertino, às 13h30. 

Na ocasião, iniciaremos as atividades com a contextualização e apresentação da proposta do grupo aos Agentes de Referência, pelos Coordenadores do grupo.  Em seguida, contaremos com a contribuição da psicóloga Janine Pacheco da Luz, especialista em Administração de Recursos Humanos, Mestre em Engenharia de Produção na área de Qualidade e Produtividade, que trará como proposta o tema "Trabalhar em equipe, sendo feliz...é possível!", na sensibilização ao grupo a respeito da importância do trabalho em rede.


A formação do EMFRENTE em 2015 prevê nove encontros presenciais e atividades complementares diversificadas.

Pais manipuladores criam filhos inaptos para relações futuras



Estudo da Universidade de Virgínia, nosEstados Unidos, avisa os pais que a forma como interagem com as crianças pode hipotecar as suas relações futuras com amigos e namorados.
 
Os pais que estão sempre a tentar mudar o que os filhos sentem, tentam educá-los fazendo-os sentir-se culpados ou ameaçando-os de que se não fizerem as coisas à sua maneira vão gostar menos deles não arriscam apenas contribuir para um ambiente de cortar à faca em casa enquanto os miúdos são adolescentes. Um estudo da Universidade da Virgínia conclui que este tipo de tácticas psicológicas afecta as relações que mais tarde os jovens têm com amigos e namorados. As crianças que crescem sujeitas a este tipo de manipulação psicológica tendem a ser menos autónomas e abertas nas suas relações, concluem os investigadores num artigo publicado esta semana na revista científica "Child Development".

Barbara Oudekerk, co-autora do estudo, explicou ao i que não se trata de os pais não poderem orientar os filhos para o que entendem ser as opções mais saudáveis. A forma como o fazem é que pode ser problemática. A equipa dedicou-se a investigar uma questão relativamente consensual da psicologia do desenvolvimento: os adolescentes menos autónomos tendem a ter mais dificuldades de relacionamento quando crescem. O objectivo era perceber o que estaria na origem dessa lacuna e testaram a hipótese de terem pais com tácticas psicológicas consideradas intrusivas.

O trabalho começou em 1998, com o recrutamento de jovens que na altura estavam no 8.o ano. Pediram-lhes que escolhessem amigos próximos, que também fariam parte da experiência. A partir daí a investigação durou quase nove anos, o que implicou recolher informação quando os miúdos tinham 13, 18 e 21 anos. Envolveu ao todo 184 jovens.

Por um lado, submeteram-nos a inquéritos sobre o tipo de atitudes que os pais tinham com eles, que procuram avaliar o grau de controlo psicológico. Por outro, filmaram-nos a discutir com os amigos que tinham seleccionado desafiando-os a chegar a consensos em jogos mentais adaptados às suas idades, para avaliarem a forma como expressavam as suas opiniões e interagiam com os amigos. Aos 13 anos, por exemplo, os jovens eram confrontados com a ideia de que tinham 12 pessoas conhecidas em Marte mas só sete poderiam voltar à Terra. Depois de a "cobaia" e o amigo escolherem separadamente os seus eleitos, tinham de chegar a acordo. Mais velhos, as questões eram mais abstractas, como o que preferiam manter quando chegassem aos 90 anos: o corpo ou a cabeça de uma pessoa de 35.

Os investigadores concluíram que os jovens cujos pais usavam mais vezes técnicas de chantagem psicológica e procuravam manipular os filhos acabavam por sair-se pior nestes confrontos com amigos, exteriorizando menos o que pensavam ou adoptando posturas mais hostis para defender as suas ideias. Os jovens que tinham acusado pais mais controladores aos 13 anos acabavam por continuar a ser menos funcionais nove anos mais tarde, quando tinham 21 anos. Além disso, os que tinham mais dificuldades nestes jogos com os amigos tinham vidas amorosas também menos estáveis nas idades mais adiantadas. "Já tínhamos verificado noutras investigações que quanto mais tempo se está numa relação mais se precisa de autonomia e intimidade", diz Barbara Oudekerk.

Discutir é educar 

 "Só porque os pais têm atitudes deste género uma ou duas vezes não quer dizer que vão prejudicar as relações dos filhos", sublinha a investigadora: "O que concluímos é que, quanto mais os pais são assim e tentam controlar o comportamento dos jovens usando técnicas intrusivas, menos eles são capazes de expressar a sua independência e desenvolver intimidade em futuras relações com amigos e namorados."

Embora não tenham uma explicação clara do resultado, que no fundo mostra que os jovens não se tornam controladores como os pais mas pelo menos nestas idades acabam por ficar mais vulneráveis, Barbara Ouderkek arrisca que uma das hipóteses é que este tipo de abordagem dos pais ensina os jovens a priorizar os desejos e necessidades dos outros acima das suas. "Se os pais são excessivamente controladores em termos psicológicos, os jovens podem ter menos oportunidades para defender as suas opiniões sem temer chateá-los ou ficar menos próximos deles", diz. "Podem também interiorizar que precisam de tomar decisões para agradar aos pais em vez de pensar no seu bem-estar, nos seus objectivos." Por outro lado, podem não ter margem para aprender a defender as suas ideias sem atacar e diminuir as dos outros. "Se formos bons a defender as nossas opiniões mas de uma forma que magoe a outra pessoa, a amizade não dura."

A investigadora defende que uma das lições a tirar deste estudo é que, quando os pais se queixam que não conseguem controlar as relações dos filhos, talvez não tenham a percepção de que a forma como lidam com eles é estruturante dessas relações fora de casa.

Antes deste estudo, a equipa já tinha demonstrado que o mesmo tipo de controlo psicológico durante a adolescência levava os jovens a seguirem mais vezes os colegas e começar, por exemplo, a vida sexual mais cedo.

Tomar uma decisão e explicá-la é uma melhor opção que recorrer à culpa ou ao remorso, defende Ouderkek. "Quando têm uma discussão com os filhos, devem ter em conta que estão a ensinar aos filhos as formas adequadas de expressarem as suas opiniões em relações de intimidade." O grupo de investigação tem verbas para continuar a seguir o grupo até terem 32 anos, o que acontecerá em 2017. Nessa altura já deverá ser possível avaliar se replicam a atitude dos seus pais com os próprios filhos.

FONTE:  http://www.ionline.pt/artigos/portugal/estudo-pais-manipuladores-criam-filhos-inaptos-relacoes-futuras/pag/3

3 de mar. de 2015

Comportamentos dos pais que fazem com que seus filhos chorem secretamente


Às vezes os pais não percebem o impacto de certos comportamentos sobre seus filhos. Pais amorosos não querem prejudicar seus filhos física ou psicologicamente, mas se você não tomar cuidado, pode acontecer. Essas ações podem fazer com que essas pequenas almas preciosas que você tanto ama chorem no meio da noite, sem o seu conhecimento.
Abaixo, selecionamentos 3 dos 4 tópicos da matéria original.
 

1. Permitir que seus filhos pequenos vejam notícias angustiantes

As crianças não têm a experiência necessária para processar tragédias relatadas. Tudo se torna muito real, como se tivesse acontecido na casa ao lado ou pudesse acontecer agora mesmo em sua própria casa. Mesmo se pudesse, as criancinhas não devem ser sobrecarregadas com as possibilidades disso. Elas podem ficar extremamente assustadas. Preste atenção no que seus filhos assistem na TV e no que você fala na presença deles.
Uma mulher compartilhou sua experiência de quando era criança. Ela tinha 5 anos quando o único filho de uma família proeminente foi sequestrado. Esse era o tópico de discussão todos os dias em todos os lugares. Porque a criança tinha sido sequestrada em sua própria cama durante a noite. Ela foi para a cama temendo que fosse a próxima, e por muitas noites ela chorou até dormir de medo. Seus pais não tinham ideia da profundidade da sua ansiedade.
Os pequenos muitas vezes não sabem como falar sobre isso. Incentive-os a contar se eles estiverem com medo. Os pais devem ser sensíveis a isso e protegê-los de ser muito expostos a notícias catastróficas.
Uma psicóloga convidada em um programa de entrevistas na TV contou como esta mesma coisa aconteceu com as crianças quando os terroristas atacaram o World Trade Center em 2001. Você deve se lembrar que foi mostrado várias e várias vezes, durante o dia todo por vários dias, até mesmo semanas. Ela explicou que uma criança vendo isso pensa que está acontecendo de novo e de novo, não que seja um relatório repetido daquele mesmo ataque. Elas podem ter medo muito além do que você pode imaginar. Ela advertiu os pais a proteger seus filhos contra esse tipo de notícia.
 

2. Brigar com seu cônjuge

Às vezes parece que os pais levam a sério o conselho irônico de Phyllis Diller: “Nunca vá para a cama bravo. Fique acordado e brigue.” O que faz você pensar que seus filhos não podem ouvi-lo através das finas paredes de sua casa? Eles podem, e odeiam. Se eles ouvem vocês brigando eles pensam que algo terrível vai acontecer com sua família. Não coloque esse peso sobre eles.
As crianças não conseguem identificar se um argumento barulhento é sério ou não. Tudo soa sério para eles. Acalme-se e converse calmamente e em voz baixa enquanto você discute os problemas com seu cônjuge. Ou, vá para uma caminhada ou passeio de carro onde não há chances das crianças ouvirem seu conflito. Isso não quer dizer que as crianças não devem ouvir seus pais tendo opiniões diferentes e conversando sobre isso. Isso pode ser realmente bom para uma criança. É a briga, os gritos, o falar alto que lhes machuca e faz com que elas enterrem suas cabeças em seus travesseiros e chorem, porque elas não costumam ver a resolução de conflitos.
 

3. Insultar seus filhos e às vezes até bater neles

Aquele velho ditado que diz “paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas palavras nunca vão me machucar”, não é verdade. Insultar seus filhos, chamando-os de preguiçosos, não bons o suficiente, vagabundos sem valor, pode cortar o coração. Examine-se e veja se você está usando nomes insultuosos quando você repreende seus filhos. Se assim for, pare com isso! Os nomes que os chama machucam muito mais do que você pode perceber. Não irá inspirá-los a serem melhores. Se acha que vai adiantar alguma coisa, vai ter o efeito oposto.
Se você está batendo nos seus filhos, você está lhes ensinando que bater é um comportamento aceitável. Não é, nem de você nem deles! Você pode ser firme em sua disciplina, sem ferir seus filhos. Estabeleça limites com seus filhos ao ser amável, gentil, respeitoso e firme. Os resultados serão muito mais positivos e eles não vão acabar chorando até dormir.
Dê aos seus filhos o amor que eles merecem. Diga-lhes que você os ama com palavras e comportamentos carinhosos. Eles vão lhe amar para sempre.
 
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Nota da CONTI outra: Atentem-se que a matéria alerta para a sobrecarga de coisas com as quais as crianças ainda não estão totalmente prontas para lidar. O contrário, que seria poupá-las de tudo, pode ser tão prejudicial quanto o excesso.
 
 
 

2 de mar. de 2015

Você sabe o que é o EMFRENTE?


Fruto de ações desenvolvidas num estágio de Psicologia Escolar no ano de 2010, em parceria entre Secretaria Municipal de Educação/PMSJ e UFSC, o EMFRENTE teve como motivação a criação de um grupo de discussão e operacionalização de uma proposta de manejo e enfrentamento do abuso sexual e das violências contra crianças e adolescentes da Rede. Desde então, anualmente, visa à formação de educadores e orientação às instituições de ensino.
 
O EMFRENTE integra o PENSEEducação (Programa de Enfrentamento às Violências, Saúde do Escolar, Escola para Pais e Evasão Escolar)/Setor Pedagógico e visa debater e articular ações voltadas à identificação, encaminhamento e manejo das suspeitas de violências contra crianças e adolescentes, que se manifestam no ambiente escolar.
Este grupo é composto por coordenação e representantes das instituições de ensino (Agentes de Referência), que realizam reuniões regulares para formação, estudos de caso, articulação da rede de apoio e encaminhamentos pertinentes.


Considerando o tempo de permanência das crianças e adolescentes nas instituições de ensino, o ambiente escolar se caracteriza um espaço potencial para a prevenção, identificação e encaminhamento das situações suspeitas de violência contra crianças e adolescentes. Para tanto, os educadores necessitam de um mínimo de informações relacionadas ao desenvolvimento de crianças e adolescentes, caracterização das violências e rede de proteção contra violências, dentre outras. Ressalta-se que a escola não pode caracterizar um espaço de duplicação da violência, mas se constituir como esfera protetiva e promotora de desenvolvimento.
 

Desde 02 de dezembro de 2014 está em vigor uma alteração no Estatuto da Criança e do Adolescente que prevê que entidades públicas e privadas, que abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes devem ter em seus quadros profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos (Art. 70-B e Art. 94-A) (FONTE:  http://www.brasil.gov.br/governo/2014/12/profissionais-de-instituicoes-infantis-deverao-identificar-sinais-de-maus-tratos).

Além disso, menciona-se: 
- Art. 70 ECA, “dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente”. 
- Art. 13 ECA, refere que os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.   
- Art. 245 ECA, se o médico, o professor ou o responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, deixar de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente, está sujeito a multa de três a 20 salários de referência (o dobro em caso de reincidência).


O EMFRENTE busca, junto aos educadores da Rede Municipal de Ensino de São José, desenvolver:
- Um olhar sensível, para com isso poder observar indícios relacionados às violências que porventura a criança ou adolescente esteja sofrendo;
- Uma escuta sensível, para ouvir com carinho e atenção, sem julgamentos;
- Uma fala sensível, para saber o que falar e quando calar, nas ocasiões em que se deve priorizar o cuidado.

- Oportunizar aos Agentes de Referência informações que os instrumentalizem para identificar os sinais de violência e encaminhar as situações suspeitas para órgãos competentes;
- Propiciar o adequado manejo das situações suspeitas ou confirmadas de violência contra crianças e adolescentes que se manifestem no contexto escolar;
- Atuar em parceria com a rede de proteção à criança e adolescente em situação de violência.
 
 
- Cada instituição de ensino deve ter Agente de Referência por período (matutino/vespertino);
-  Casos suspeitos deverão ser denunciados diretamente pela instituição de ensino aos devidos canais (Disque 100/ Conselho Tutelar/ DPCAMI) e comunicados à Secretaria Municipal de Educação em formulário específico;
- A orientação, em casos de dúvida quanto aos procedimentos, poderá ser solicitada à coordenação do EMFRENTE na SME.
 
Visando o bom desenvolvimento das ações previstas pelo EMFRENTE, pretende-se que os participantes atendam a um mínimo de características:
- Interesse e afinidade na temática violência contra crianças e adolescentes;
- Disponibilidade de participação nos encontros;
- Interesse em tornar-se Agente de Referência na sua unidade escolar;
- Apoio da Direção, Coordenação e Especialistas da instituição de ensino.
 

Da Coordenação do EMFRENTE
- Divulgar os objetivos do EMFRENTE junto às instituições da Rede Municipal de Ensino de São José;
- Organizar e coordenar os encontros de formação dos Agentes de Referência;
- Orientar as instituições de ensino a respeito da identificação, manejo e encaminhamento das situações suspeitas ou confirmadas de violência;
- Inserir-se na articulação junto à rede de proteção à criança e adolescente em situação de violência de São José;
-Contribuir com informações pertinentes ao EMFRENTE em eventos e reuniões da SME.
 
Dos Diretores das Unidades de Ensino
- Indicar os Agentes de Referência;
- Manter-se informado à respeito do trabalho do EMFRENTE, via Agente de Referência ou com participação direta nos encontros;
- Oportunizar momentos para ações do representante na escola (paradas pedagógicas, grupos de estudo).
- Denunciar os casos identificados como suspeita ou confirmação de violência/maus tratos contra criança e adolescente.
 
Dos Agentes de Referência
- Frequentar e participar, efetivamente, dos encontros de formação do EMFRENTE;
- Representar o EMFRENTE junto à comunidade escolar, promovendo debates, vivências, encontros sobre o tema;
- Orientar a comunidade escolar quanto à realização das denúncias;
- Comunicar à coordenação do EMFRENTE acerca das denúncias realizadas, por meio de formulário específico.
 
 
E-mail:  emfrente.pmsj@gmail.com
Site:  www.emfrentepmsj.blogspot.com