Blog do grupo de educadores da Rede Municipal de Ensino de São José/SC, que visa a discussão e operacionalização de uma proposta para o manejo e o enfrentamento das violências infanto juvenis. Este espaço tem o propósito de socializar materiais que venham ao encontro do tema, facilitando o estudo por parte dos membros do grupo e demais interessados, visando a promoção de resiliência e combate às violências contra crianças e adolescentes.
23 de dez. de 2014
Encerramento do EMFRENTE na mídia
O grupo de profissionais atuantes no EMFRENTE teve sua atividade de encerramento divulgada no jornal Notícias do Dia. Nossa avaliação, realizada na mesma ocasião, foi muito proveitosa e analisaremos com carinho cada sugestão!
20 de dez. de 2014
Passeio de barco marca o encerramento das atividades do projeto EMFRENTE em 2014
O programa busca discutir e articular ações para o enfrentamento da violência no ambiente escolar
O encontro para de final de ano da coordenação e agentes de referência do EMFRENTE (Enfrentamento e Manejo das Violências Infanto Juvenil de São José) teve um cenário especial. O grupo foi recebido no Centro Educacional Municipal Ambiental Escola do Mar, para uma saída de campo pela Baía Norte com o barco Escola do Mar. Após o passeio houve um momento de reflexão e avaliação das ações desenvolvidas em 2014.
O EMFRENTE integra o projeto Pense Educação, do Setor Pedagógico da Secretaria de Educação de São José, que tem como objetivo identificar, discutir e articular ações para o enfrentamento, a denúncia e o manejo das violências contra crianças e adolescentes no ambiente escolar. O grupo é composto pelos agentes de referência, que são os representantes das instituições de ensino.
Durante o ano letivo, foram realizados 10 encontros de formação. A coordenação do projeto também assessorou as instituições de ensino na orientação para alunos e responsáveis, acompanhando e monitorando as intervenções dos agentes de referência.
Os integrantes do EMFRENTE participam dos encontros mensais da Rede de Proteção à Pessoa em Situação de Violência e da organização e desenvolvimento da Campanha “Faça Bonito” em São José. Também estão envolvidos na organização e desenvolvimento do “Seminário de Articulação da Rede de Proteção às Pessoas em Situação de Violência”, além de prestar orientação e desenvolver atividades com as crianças que passaram pelo projeto “Fala São José”.
Outra ação foi a parceria firmada com a Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas, o Instituto Geral de Perícias (IGP) e com o Portal da Esperança. Um projeto piloto foi desenvolvido na rede municipal de ensino, com a Escola de Educação Básica Palmira Lima Mambrini e o Centro Educacional Municipal Morar Bem.
Os alunos orientados pelo diretor do Portal da Esperança, Gerson Rumayor, e pelo delegado da DDPD, Wanderley Redondo, receberam informações sobre a situação de pessoas desaparecidas em Santa Catarina. As crianças foram alertadas sobre cuidados básicos a observarem no seu dia a dia. Outra ação foi à confecção das carteiras de identidade para os alunos dos anos finais.
Fotos: SMECPE/PMSJ
FONTE: http://www.pmsj.sc.gov.br/2014/12/passeio-de-barco-marca-o-encerramento-das-atividades-do-projeto-emfrente-em-2014/
O encontro para de final de ano da coordenação e agentes de referência do EMFRENTE (Enfrentamento e Manejo das Violências Infanto Juvenil de São José) teve um cenário especial. O grupo foi recebido no Centro Educacional Municipal Ambiental Escola do Mar, para uma saída de campo pela Baía Norte com o barco Escola do Mar. Após o passeio houve um momento de reflexão e avaliação das ações desenvolvidas em 2014.
O EMFRENTE integra o projeto Pense Educação, do Setor Pedagógico da Secretaria de Educação de São José, que tem como objetivo identificar, discutir e articular ações para o enfrentamento, a denúncia e o manejo das violências contra crianças e adolescentes no ambiente escolar. O grupo é composto pelos agentes de referência, que são os representantes das instituições de ensino.
Durante o ano letivo, foram realizados 10 encontros de formação. A coordenação do projeto também assessorou as instituições de ensino na orientação para alunos e responsáveis, acompanhando e monitorando as intervenções dos agentes de referência.
Os integrantes do EMFRENTE participam dos encontros mensais da Rede de Proteção à Pessoa em Situação de Violência e da organização e desenvolvimento da Campanha “Faça Bonito” em São José. Também estão envolvidos na organização e desenvolvimento do “Seminário de Articulação da Rede de Proteção às Pessoas em Situação de Violência”, além de prestar orientação e desenvolver atividades com as crianças que passaram pelo projeto “Fala São José”.
Outra ação foi a parceria firmada com a Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas, o Instituto Geral de Perícias (IGP) e com o Portal da Esperança. Um projeto piloto foi desenvolvido na rede municipal de ensino, com a Escola de Educação Básica Palmira Lima Mambrini e o Centro Educacional Municipal Morar Bem.
Os alunos orientados pelo diretor do Portal da Esperança, Gerson Rumayor, e pelo delegado da DDPD, Wanderley Redondo, receberam informações sobre a situação de pessoas desaparecidas em Santa Catarina. As crianças foram alertadas sobre cuidados básicos a observarem no seu dia a dia. Outra ação foi à confecção das carteiras de identidade para os alunos dos anos finais.
Fotos: SMECPE/PMSJ
FONTE: http://www.pmsj.sc.gov.br/2014/12/passeio-de-barco-marca-o-encerramento-das-atividades-do-projeto-emfrente-em-2014/
10 de dez. de 2014
Encerramento do EMFRENTE de 2014
Aos Agentes de Referência do EMFRENTE
Lembramos a todos que nosso último encontro de 2014 acontecerá nesta sexta-feira, dia 12 de Dezembro, no CE Ambiental Escola do Mar. Na ocasião, realizaremos avaliação e encerramento da formação e está prevista uma saída a campo, conforme as atividades já comumente realizadas pela instituição. Para tanto, sugerimos aos colegas que levem protetor solar, roupa e calçado confortável. Ressalta-se que a programação da saída de campo está sujeita às condições climáticas, mas que independente destas, se dará a avaliação e encerramento das atividades.
Aos que participam no período matutino, o encontro iniciará às 08h30, enquanto que no período vespertino, às 13h30. Reforçamos a importância da pontualidade, uma vez que as saídas ocorrerão no primeiro horário de cada período.
Este encontro finaliza a carga horária da formação, sendo contabilizada a sua frequência.
SOLICITAMOS A GENTILEZA DE CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA NESTA OCASIÃO, para melhor organização das atividades. Cada saída comporta até 35 pessoas.
Aguardamos sua confirmação.
Att.
Coordenação do EMFRENTE
8 de dez. de 2014
Educando sem Rótulos
"Esse menino vive no
mundo da lua."
"Essa menina não come nada."
"Ele têm o gênio do avô!"
"Na nossa família ninguém é muito bom em matemática."
Quantas vezes, sem pensar, você já disse frases como essas, diretamente ao seu filho ou conversando com alguém a respeito dele? E quantas delas o influenciaram de fato, colando-se a ele como uma segunda pele, que por momentos fica difícil de tirar? "A gente não se percebe sozinho, não constrói a nossa identidade sozinho. É no relacionamento e no embate com o outro que cada um vai formando uma ideia de si mesmo", diz a psicóloga Adriana Haasz de Moura Gaunszer, do Núcleo Criação, em São Paulo. Justamente por isso, é importante prestar muita atenção nas frases que falamos ou nos "carimbos" que - por vezes sem querer ou sem muita consciência -, vamos atribuindo ao outro.
"Quando a gente rotula uma criança, termina olhando para ela sob esse prisma. Isso, de alguma maneira, lhe rouba a possibilidade de ser diferente, de ser visto pelos outros de modo diferente", diz Adriana. Qual o pai que nunca se surpreendeu ao buscar o seu filho na casa de um colega, em outro ambiente e com outra família, e perceber ou ouvir que ele teve um comportamento totalmente oposto ao que costuma mostrar em casa? Talvez isso ocorra justamente porque, nesse outro lugar, com pessoas que ainda não fizeram um julgamento a seu respeito, ele tenha a possibilidade de experimentar outro comportamento.
"Saber quem você é também traz um conforto. Pode ser angustiante estar na dúvida ou perceber-se em transformação. Por isso, muitas vezes, aceitamos de bom grado os rótulos que vão nos dando", diz a terapeuta ocupacional Lara de Paula Eduardo. "Às vezes é mais fácil ser algo, mesmo que não muito agradável, do que não saber quem se é." Nesse sentido, as crianças, ao ouvirem coisas sobre si mesmas, vão reforçando aqueles comportamentos e cristalizando assim modos de agir que nem sempre lhes fazem bem. "A criança quer agradar. Se sua mãe, sua família esperam determinado comportamento, ela tende a corresponder à expectativa", diz a fonoaudióloga Luana Magalhães, que atende crianças e famílias junto com Adriana e Lara no Núcleo Criação, em São Paulo. Uma menina sempre vista como boazinha ou comportada, por exemplo, acaba não se permitindo expressar raiva ou se sente culpada quando esse sentimento aflora. Ou, ao contrário, uma criança que explode facilmente e os pais a rotulam como birrenta ou encrenqueira termina por sentir que é sempre inadequada. "Isso vai afetando a autoestima e a imagem de cada um", diz Luana.
Para os pais, familiares ou professores muitas vezes também é mais fácil rotular e agir segundo esse rótulo do que manter-se atento, aberto, tentando perceber o tempo todo como a criança se manifesta e por que. Educar alguém é mesmo muito desafiante. Quantas vezes, quando sentimos que finalmente pegamos o jeito de lidar com alguma questão, o filho ou aluno, tal qual videogame, simplesmente muda de fase e nos obriga a recomeçar todo o processo? Mas já pensou o quanto seria tedioso decretar que tudo é imóvel, fixo, não passível de influência?
Em 1990, o psicólogo Claude Steele, da Universidade de Standford, fez uma série de experiências e comprovou que é possível afetar a performance de uma pessoa em um teste, seja de capacidade física ou seja de intelectual, apenas dando a ela uma indicação psicológica sutil sobre a identidade do grupo a que essa pessoa pertence. Em outras palavras: é possível abalar a confiança de alguém apenas reforçando um rótulo ou um preconceito estabelecido.
Uma de suas pesquisas foi aplicada a um grupo de idosos que realizaria um teste de memória. Metade deles, antes de fazer o teste, recebeu para ler um artigo que tratava sobre a perda gradual da memória com a idade. A outra metade, apenas fez o teste. O primeiro grupo, influenciado pelo artigo, teve um aproveitamento de 44%, enquanto o segundo grupo pontuou em 58% das respostas. O mesmo aconteceu com meninas que iriam realizar uma prova de matemática. Metade delas ouviu antes de entrar para fazer o teste que "meninas vão pior em matemática". Isso de fato abalou a confiança delas a ponto de fazê-las pontuar menos que o grupo de controle. Steele chegou então à conclusão de que, quando alguém teme confirmar um rótulo ou um estereótipo sobre o grupo ou gênero a que pertence, a ansiedade gerada acaba afetando-o de fato, numa espécie de profecia auto-realizada.
A boa notícia é que essa armadilha, bem como o mal que trazem certos estereótipos e rótulos, também pode ser desarmada, na medida em que se diga e se mostre que tanto a inteligência quanto o caráter são maleáveis e que a nós todos, felizmente, é dada a possibilidade de mudar, avançar e melhorar.
Afinal de contas, ninguém é 100% bom ou ruim. E estabelecer rótulos, nos quais não cabem nuances, é condenar o outro a uma camisa de força sofrida de rasgar. O filósofo grego Heráclito resumiu com simplicidade a nossa complexa e mutante condição ao dizer que "ninguém se banha duas vezes no mesmo rio". Porque o rio não será o mesmo, a pessoa não será a mesma. E essa constante transformação ocorre justamente porque o ambiente, os outros e nossas próprias percepções nos desafiam, nos influenciam, nos fazem mudar e caminhar. Ainda bem!
"Essa menina não come nada."
"Ele têm o gênio do avô!"
"Na nossa família ninguém é muito bom em matemática."
Quantas vezes, sem pensar, você já disse frases como essas, diretamente ao seu filho ou conversando com alguém a respeito dele? E quantas delas o influenciaram de fato, colando-se a ele como uma segunda pele, que por momentos fica difícil de tirar? "A gente não se percebe sozinho, não constrói a nossa identidade sozinho. É no relacionamento e no embate com o outro que cada um vai formando uma ideia de si mesmo", diz a psicóloga Adriana Haasz de Moura Gaunszer, do Núcleo Criação, em São Paulo. Justamente por isso, é importante prestar muita atenção nas frases que falamos ou nos "carimbos" que - por vezes sem querer ou sem muita consciência -, vamos atribuindo ao outro.
"Quando a gente rotula uma criança, termina olhando para ela sob esse prisma. Isso, de alguma maneira, lhe rouba a possibilidade de ser diferente, de ser visto pelos outros de modo diferente", diz Adriana. Qual o pai que nunca se surpreendeu ao buscar o seu filho na casa de um colega, em outro ambiente e com outra família, e perceber ou ouvir que ele teve um comportamento totalmente oposto ao que costuma mostrar em casa? Talvez isso ocorra justamente porque, nesse outro lugar, com pessoas que ainda não fizeram um julgamento a seu respeito, ele tenha a possibilidade de experimentar outro comportamento.
"Saber quem você é também traz um conforto. Pode ser angustiante estar na dúvida ou perceber-se em transformação. Por isso, muitas vezes, aceitamos de bom grado os rótulos que vão nos dando", diz a terapeuta ocupacional Lara de Paula Eduardo. "Às vezes é mais fácil ser algo, mesmo que não muito agradável, do que não saber quem se é." Nesse sentido, as crianças, ao ouvirem coisas sobre si mesmas, vão reforçando aqueles comportamentos e cristalizando assim modos de agir que nem sempre lhes fazem bem. "A criança quer agradar. Se sua mãe, sua família esperam determinado comportamento, ela tende a corresponder à expectativa", diz a fonoaudióloga Luana Magalhães, que atende crianças e famílias junto com Adriana e Lara no Núcleo Criação, em São Paulo. Uma menina sempre vista como boazinha ou comportada, por exemplo, acaba não se permitindo expressar raiva ou se sente culpada quando esse sentimento aflora. Ou, ao contrário, uma criança que explode facilmente e os pais a rotulam como birrenta ou encrenqueira termina por sentir que é sempre inadequada. "Isso vai afetando a autoestima e a imagem de cada um", diz Luana.
Para os pais, familiares ou professores muitas vezes também é mais fácil rotular e agir segundo esse rótulo do que manter-se atento, aberto, tentando perceber o tempo todo como a criança se manifesta e por que. Educar alguém é mesmo muito desafiante. Quantas vezes, quando sentimos que finalmente pegamos o jeito de lidar com alguma questão, o filho ou aluno, tal qual videogame, simplesmente muda de fase e nos obriga a recomeçar todo o processo? Mas já pensou o quanto seria tedioso decretar que tudo é imóvel, fixo, não passível de influência?
Em 1990, o psicólogo Claude Steele, da Universidade de Standford, fez uma série de experiências e comprovou que é possível afetar a performance de uma pessoa em um teste, seja de capacidade física ou seja de intelectual, apenas dando a ela uma indicação psicológica sutil sobre a identidade do grupo a que essa pessoa pertence. Em outras palavras: é possível abalar a confiança de alguém apenas reforçando um rótulo ou um preconceito estabelecido.
Uma de suas pesquisas foi aplicada a um grupo de idosos que realizaria um teste de memória. Metade deles, antes de fazer o teste, recebeu para ler um artigo que tratava sobre a perda gradual da memória com a idade. A outra metade, apenas fez o teste. O primeiro grupo, influenciado pelo artigo, teve um aproveitamento de 44%, enquanto o segundo grupo pontuou em 58% das respostas. O mesmo aconteceu com meninas que iriam realizar uma prova de matemática. Metade delas ouviu antes de entrar para fazer o teste que "meninas vão pior em matemática". Isso de fato abalou a confiança delas a ponto de fazê-las pontuar menos que o grupo de controle. Steele chegou então à conclusão de que, quando alguém teme confirmar um rótulo ou um estereótipo sobre o grupo ou gênero a que pertence, a ansiedade gerada acaba afetando-o de fato, numa espécie de profecia auto-realizada.
A boa notícia é que essa armadilha, bem como o mal que trazem certos estereótipos e rótulos, também pode ser desarmada, na medida em que se diga e se mostre que tanto a inteligência quanto o caráter são maleáveis e que a nós todos, felizmente, é dada a possibilidade de mudar, avançar e melhorar.
Afinal de contas, ninguém é 100% bom ou ruim. E estabelecer rótulos, nos quais não cabem nuances, é condenar o outro a uma camisa de força sofrida de rasgar. O filósofo grego Heráclito resumiu com simplicidade a nossa complexa e mutante condição ao dizer que "ninguém se banha duas vezes no mesmo rio". Porque o rio não será o mesmo, a pessoa não será a mesma. E essa constante transformação ocorre justamente porque o ambiente, os outros e nossas próprias percepções nos desafiam, nos influenciam, nos fazem mudar e caminhar. Ainda bem!
Confira, a seguir, algumas
dicas para manter o olhar e a percepção atentos, evitando o truque fácil de
distribuir rótulos - e com eles sofrimento - ao seu redor.
Ninguém é
igual o tempo todo, certo? Temos momentos de maior entusiasmo ou menor, de mais
irritação ou raiva, de mais paciência. "Uma coisa é dizer a uma criança: isso
que você fez foi maldoso, deixou seu amigo chateado, e lhe mostrar a
consequência do seu ato. E outra muito diferente é, diante de uma atitude que
você desaprova, disparar: você é um menino mau!", aponta Lara. Fazer da
pessoa e de uma eventual atitude uma coisa só é meio caminho andado na direção
do rótulo. Claro que tomar esse cuidado é mais trabalhoso e exige percepção,
mas diferenciar a pessoa de sua atitude vai mostrar à criança que há espaço
para mudar, para entender o que fez e poder agir diferente uma outra vez.
Muitas
vezes, quando a criança faz algo que desagrada aos pais ou tem determinada
atitude, a família atribui a isso tanta importância que acaba ampliando o
efeito de algo que seria passageiro. Seu filho não come o tanto que você
considera adequado, está ansioso ou mais agressivo? Pergunte-se por que aquilo
está afetando tanto você. Com essa resposta, talvez seja mais fácil, em vez de
se apegar a esse comportamento, questioná-lo e apontá-lo o tempo inteiro para a
criança, simplesmente reconhecê-lo, acolhê-lo e deixa-lo passar. Tenha em conta
que, muitas vezes, as crianças estão apenas experimentando, algo que dura um tempo,
mas são capazes de se mover desse lugar se aquilo não virar uma definição de si
mesma.
Apontar
uma característica ou uma forma de agir é diferente de rotular. Perceber a
individualidade de alguém e valorizar esse traço é reconhecer a pessoa. O
perigo está em fazer disso algo estático, transformando o que era único e
pessoal em algo do qual a pessoa não consegue mais se desvencilhar. É preciso
reconhecer e valorizar os pontos fortes de cada um, mas deixar aberta a
possibilidade de mudança. E, sobretudo, é importante propiciar às crianças um
espaço para experimentar, para poder ser diferente. Quando estampamos sobre
elas um rótulo, essa mobilidade fica dificultada - e a mudança desejada,
também.
"Qualquer
característica, quando levada ao extremo, pode ser prejudicial. Uma coisa é ter
liderança e outra, ser autoritário ou mandão", diz Lara. Vale brincar com
esse conceito com as crianças, pensar, por exemplo, nos traços de cada um na
família e no que acontece com essa condição quando ela se exacerba. A ideia por
trás do jogo é perceber e questionar mais - e rotular menos. Também é
importante fazer a criança notar quando ela consegue agir de outro modo, se
comportar diferente. Afinal de contas, ninguém é apenas uma coisa ou sempre
igual. E o rótulo promove justamente isso: toma a parte pelo todo, é uma
simplificação.
Tente
propiciar ao seu filho o convívio com crianças de grupos diferentes, de
diferentes idades, de outras classes sociais, de outros gêneros. Só assim será
possível mostrar que existem, sim, diferenças, mas que elas não nos
impossibilitam de conviver, nem merecem ganhar nomes ou ser alvo de gozações.
Em geral, as crianças menores lidam melhor com as diferenças, entendem que
podem aprender com elas. Outro bom exercício é tentar encontrar denominadores
comuns entre todos, apesar das diferenças: o que cada um sabe? O que pode
ensinar? Promover trocas de saberes ou trocas de lugares ajuda as crianças a
perceberem os mecanismos do reconhecimento e do rótulo.
Um
estereótipo vai se fixando na medida em que ele é repetido e reforçado:
"os negros são melhores atletas"; "meninas não curtem as áreas
de exatas". É preciso desconstruir essas noções petrificadas. Uma forma de
fazer isso é mostrar diferentes exemplos, questionar: por que meninas não podem
brincar de construir? Quem falou? Por que meninos não podem colocar brinco? E
que tal mostrar uma personalidade de destaque na área de física, como Marie
Curie, por exemplo, e pedir às meninas que façam suas experiências? Ou por que
não citar um excelente boxeador ou jogador de basquete branco e mostrar o bem
que ele se move, o quanto é ágil? "Assim as crianças entendem que se pode
mudar, experimentar, corrigir rotas", diz Lara.
É
interessante contar ao seu filho que todos queremos pertencer, ter um grupo que
nos contenha e ampare, que todos buscamos, de algum modo, aprovação. E, por
isso, é normal fazer esforços para ser aceito ou entrar em determinada
"panela". O que não é razoável é mentir, passar por cima de si mesmo
ou se violentar de algum modo nesse caminho. Isso acaba por tornar todos tão
homogêneos a ponto de perder a expressão da individualidade. E quando isso
acontece, o esforço não vale a pena, trata-se de algo que está cerceando,
censurando, que ultrapassou o limite do saudável.
5 de dez. de 2014
A escola possui um papel crucial do que diz respeito à garantia dos direitos das crianças e adolescentes, e em especial na proteção destes contra a violência. É preciso que a escola se torne um espaço onde as crianças e adolescentes possam encontrar pessoas capacitadas e preparadas para auxiliar na denúncia e no enfrentamento da violência. Para isso, seus profissionais precisam estar capacitados para lidar com os casos de violência e participar dos processos de notificação e acompanhamento.
O caderno a seguir enfoca os marcos institucionais – históricos, organizacionais, legais e conceituais – relativos ao tratamento oferecido pela sociedade brasileira a crianças e adolescentes infratoras, abandonadas ou violadas, apresenta um diagnóstico sobre as situações de violência e vulnerabilidade que acometem esse grupo social, e relata o Projeto Escola que Protege, instrumento de política pública educacional do Governo Federal para o enfrentamento dessa questão.
Acesse o caderno aqui: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/escola_protege/cad_escolaqprotege.pdf
FONTE: http://www.radardaprimeirainfancia.org.br/violencia-contra-criancas-escola-como-espaco-de-protecao/
4 de dez. de 2014
Guia de Prevenção às Violências na Primeira Infância
As crianças estão entre os segmentos mais vulneráveis à violência. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 40 milhões de crianças menores de 15 anos sofrem abusos e negligência. Elas são vítimas de violência em todos os seus contextos de vida, em casa, na escola, nas ruas e espaços públicos e em instituições.
O guia a seguir fornece informações e sugestões de ações que permitam promover, apoiar e garantir o direito das crianças de proteção às violências. O material tem como público-alvo todas as pessoas interessadas e, especialmente, gestores públicos e pode ser acessado aqui: http://issuu.com/rnpi/docs/20141107_kit_viol__ncia/1?e=7343219/10250335
FONTE: http://www.radardaprimeirainfancia.org.br/guia-prevencao-e-protecao-violencias-na-primeira-infancia/
3 de dez. de 2014
EMFRENTE no Curso de Psicologia da UFSC
Nesta segunda-feira, dia 01 de Dezembro, as coordenadoras do
EMFRENTE estiveram junto aos alunos da 6ª. Fase do Curso de Psicologia da UFSC,
na disciplina Psicologia e Processos Educacionais, ministrada pela professora Raquel
de Barros Pinto Miguel . Na ocasião, a psicóloga Ana Brasil de Oliveira prestando
informações sobre a atuação do psicólogo na Secretaria Municipal de Educação de
São José e com a professora Eleide Eli Brito também explanou acerca do trabalho
que vem sendo desenvolvido na prevenção e combate às violências contra crianças
e adolescentes. Os alunos foram
orientados a respeito de como proceder em caso de denúncia de casos suspeitos
de violência e receberam panfletos contendo informações sobre o tema.
1 de dez. de 2014
Prevenção ao Desaparecimento de Crianças
Na última sexta-feira, 28 de Novembro, a Diretora Cleusa de Macedo, educadores e alunos do EEB Palmira Lima Mambrini
participaram de uma palestra com o Diretor do Portal da Esperança, Sr. Gerson
Rumayor e com o Delegado da Delegacia de Pessoas Desaparecidas, Sr. Wanderley Redondo. Esta parceria entre o EMFRENTE (Secretaria
Municipal de Educação de São José) e ambas as esferas prevê a atuação em ações
preventivas contra desaparecimento e relacionadas à promoção de segurança, com orientações básicas aos
pequenos. De forma lúdica e objetiva, os
alunos receberam informações sobre a situação de pessoas desaparecidas no
Estado de Santa Catarina e foram orientados sobre cuidados básicos a observarem
no seu dia a dia, dentre eles:
- Não dar informações a pessoas estranhas;
- Não aceitar caronas de estranhos e de pessoas conhecidas
sem autorização e conhecimento dos pais/responsáveis;
- Avisar aos pais/responsáveis quando for se dirigir a algum
local e mudanças no roteiro;
- Não andar sozinho e tarde na rua;
- Não aceitar presentes de pessoas estranhas.
A atenção a essas recomendações
é fundamental para uma maior segurança de nossas crianças e adolescentes.
24 de nov. de 2014
Agente de Referência do EMFRENTE recebe Prêmio Escola
Na última
semana, a Agente de Referência Daiana Della Giustina e sua parceira
de trabalho, Danuza de Souza Nunes, tiveram seu projeto de prevenção à violência
sexual contra crianças ("Cuide de Nossas Crianças"),
desenvolvido no CEI Ondina Schmidt Gerlach, reconhecido pela OAB, agraciado com
o segundo lugar do prêmio Escola Exemplo.
O Prêmio
Escola Exemplo foi uma iniciativa da Comissão OAB Vai à Escola para reconhecer
boas práticas na rede pública de ensino. A presidente da Comissão Estadual OAB
Vai à Escola, Ana Paula Travisani, que organizou o prêmio, ressaltou a
importância de levar o direito e a cidadania a todos os membros da comunidade
escolar e da sociedade. Ela lembrou a pesquisa realizada pela comissão no ano
passado, que apontou índices assustadores de bullying nas escolas públicas da
Grande Florianópolis - 82% dos alunos afirmaram, à época, conhecer pelo menos
um caso em sala de aula. Segundo a advogada, dessa pesquisa surgiu a ideia de
instituir um prêmio. O vice-presidente da Comissão, Kleiber Gomes Reis, e a
secretária Jennifer da Silva Rodrigues, também participaram do evento.
O projeto
vencedor, “Meninos e meninas bilíngues: o caminho para a inclusão”, foi implantado na Escola Lauro Müller há nove
anos pela então professora Márcia Raquel Martins, hoje diretora da instituição.
À época, ela se preparava para receber um aluno surdo entre os demais, mas não
havia intérprete disponível para estudar com ele. Ela fez, então, com que os
alunos surdos das séries mais avançadas passassem a dar aulas de Língua
Brasileira de Sinais (Libras) para os alunos da turma de quarto ano, fazendo
com a inclusão ocorresse de forma contrária à tradicional. O projeto, porém,
deu tão certo que tomou conta de toda a escola, também por meio de teatro e
depois com vídeo-aulas publicadas no blog Vejo Vozes, lançado em 2011. Hoje, a
escola atende oito alunos surdos e se prepara para receber o nono em 2015.
O projeto
desenvolvido na Rede Municipal de Ensino de São José, já apresentado
também ao EMFRENTE, desenvolvido pela
Agente de Referência como ação em prol do 18 de Maio,
intitulado "Cuide de nossas crianças", com o segundo
lugar, enfatizou a noção de sexualidade e autonomia do próprio corpo com
crianças de 5 e 6 anos de idade, que vêm despertando a curiosidade em relação
às partes íntimas e às diferenças entre meninos e meninas. O projeto trabalhou
o corpo humano com os alunos e ensinou-os a diferenciar os toques de carinhos
de toques abusivos, tudo por meio de histórias e brincadeiras. As professoras
confeccionaram dois mascotes de pelúcia - o Pipo e a Fifi, personagens da
história infantil de onde o projeto foi inspirado - que podem ser levados para
casa a cada fim de semana. “A princípio, os pais se assustaram com a ideia do
projeto, mas depois perceberam uma grande lição por trás dos personagens e o
quanto precisamos ficar atentos com o que acontece com as nossas crianças”,
salientou a professora Daiana Della Giustina.
O terceiro lugar ficou com a proposta
"Biblioteca Kids", apresentado pela Biblioteca Municipal Professor Barreiros
Filho, Estreito. O projeto levou leitura e cultura para as crianças
das creches municipais de Florianópolis por meio de uma minibiblioteca que é
disponibilizada às instituições, com 200 a 300 livros obtidos por meio de
doação. A finalidade é estabelecer uma ligação ainda maior entre família,
educadores e comunidade. Até novembro, o projeto foi implantado em nove creches
e contemplou cerca de 1,2 mil estudantes. “A biblioteca não pode mais ser
vista apenas como estantes e paredes, nem as creches como um depósito de
crianças que são deixadas lá para os pais poderem trabalhar. A gente precisa
sair disso e ser parceiras das escolas que tanto precisam da gente”, diz a
coordenadora do projeto Maritza Fabiane Celestino, que recebeu o prêmio.
A
Coordenação do EMFRENTE parabeniza aos educadores por seus trabalhos e também às
instituições nas quais atuam, pelo apoio.
Em especial, nosso reconhecimento à Agente de Referência
Daiana Della Giustina, que materializou de forma brilhante, por meio do
projeto desenvolvido com os bonecos Pipo e Fifi, a prevenção à violência sexual
contra as crianças. Fica a alegria de
perceber que as ações deste grupo, iniciadas em 2010, fazem eco nas práticas
dos educadores da Rede Municipal de Ensino de São José, que com seu talento e
competência profissional atuam de forma a prevenir e combater as violências.
OBS: A
matéria da Assessoria de Comunicação da OAB/SC serviu de base para este texto: http://www.oab-sc.org.br/noticias/projeto-que-incentiva-inclusao-na-escola-lauro-muller-vence-1o-premio-exemplo/10790
20 de nov. de 2014
Redução da Agressividade em Crianças Pequenas
Evidências indicam que, para algumas crianças, os padrões de comportamento agressivo não se alteram com o desenvolvimento da linguagem e de habilidades sociais. Crianças que demonstram altos níveis de agressividade na Primeira Infância correm o risco de ter problemas continuados na infância e na adolescência. O desafio, portanto, é descobrir formas de apoiar essas crianças e suas famílias visando à redução da agressividade e à promoção de capacidades sociais positivas.
Sobre esse
tema, a Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância disponibiliza
artigo que discute o tema à luz dos trabalhos de Carolyn
Webster-Stratton, Mark Greenberg e John Lochman, nomes importantes na pesquisa
de prevenção e tratamento da agressividade na infância. O material
oferece diretrizes essenciais para os profissionais que oferecem ou
planejam serviços de atendimento para crianças pequenas e suas famílias.
Um dado interessante é que grande parte da pesquisa empiricamente validada sobre intervenções com crianças agressivas foi conduzida com meninos, porque seus problemas de comportamento agressivo são mais prevalentes e frequentemente mais evidentes do que os das meninas. Entretanto, a permanência dos problemas de comportamento agressivo das meninas é semelhante à dos meninos, e os problemas que meninas agressivas enfrentam na adolescência e na vida adulta são igualmente preocupantes.
Ressalta-se,
ainda, que focalizar a
criança é necessário, mas não suficiente. Nos primeiros anos de vida, as
intervenções mais eficazes sustentam a capacidade dos pais de apoiar o
desenvolvimento saudável da criança.
Confira o
artigo, na íntegra, aqui: http://www.enciclopedia-crianca.com/Pages/PDF/PeplerPRTxp.pdf
19 de nov. de 2014
EMFRENTE no Seminário de Equidade Racial e Gênero
São José está com uma rica e diversificada programação voltada ao mês da consciência negra. Um dos eventos que integra esta proposta é o Seminário de Equidade Racial e Gênero a realizar-se no dia 20 de novembro do ano corrente, a partir das 13h30. Visando um espaço de reflexão sobre a valorização da diversidade cultural no espaço escolar, que auxilie no combate ao racismo, machismo e homofobia, o evento contará com apresentações culturais, socialização de trabalhos, palestra e mesa de debates. Da mesa de debates participará a coordenação do EMFRENTE, focando a importância de ações que se voltem para a prevenção e manejo das violências contra crianças e adolescentes, neste contexto.
A programação completa do seminário pode ser conferida abaixo e, para maiores informações, contatar os fones 3381-7421, 3381-7493 ou o e-mail diversidade.sme@pmsj.sc.gov.br .
18 de nov. de 2014
Por Ser Menina no Brasil: Crescendo entre Direitos e Violências
A pesquisa, disponível em duas versões (completa e resumo executivo), ouviu 1.771 meninas entre 6 e 14 anos nas cinco regiões brasileiras. Entre os resultados, descobriu-se que 13% das garotas já tiveram experiência em trabalho ou trabalham. No texto de apresentação do relatório, lançado em setembro durante um seminário em Brasília, Anette aponta outro dado expressivo sobre o universo das meninas brasileiras: “enquanto 76,8% lavam louça e 65,6% limpam a casa, apenas 12,5% dos seus irmãos homens lavam a louça e 11,4% dos seus irmãos homens limpam a casa”.
A Plan International é uma ONG inglesa, criada em 1976 e presente em 69 países. No Brasil desde 1997, a organização trabalha em 20 projetos que atendem a mais de 70 mil crianças e adolescentes.
FONTE: http://www.promenino.org.br/servicos/biblioteca/por-ser-menina-no-brasil-crescendo-entre-direitos-e-violencias-confira-a-pesquisa-completa-realizada-pela-ong-plan-brasil
17 de nov. de 2014
Atenção básica: violência intrafamiliar
O Ministério da Saúde publicou o Caderno de Atenção Básica – Violência intrafamiliar – Orientações para a prática em serviço, para apoiar estados e municípios na implementação de ações que promovam a igualdade e o exercício dos direitos humanos. O material visa à sensibilização e a capacitação das diferentes categorias profissionais que atendem as pessoas em situações de violência intrafamiliar.
O material aponta fatores de risco para a violência intrafamiliar, além de especificidades das violências contra crianças e adolescentes, contra mulheres, idosos e pessoas com deficiência. E, finalmente, se propõe a debater estratégias e compromissos para a prevenção das violências.
Você confere o material, na íntegra, aqui: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_19.pdf
FONTE: http://www.radardaprimeirainfancia.org.br/atencao-basica-violencia-intrafamiliar/
11 de nov. de 2014
Penúltimo encontro de 2014
Prezados Agentes de Referência
Lembramos a vocês que nesta sexta-feira, dia 14/11, nos períodos matutino (a partir das 08h30) e vespertino (a partir das 13h30), na Casa do Educador, acontecerá o penúltimo encontro de formação do EMFRENTE deste ano letivo.
Como tema a ser debatido na ocasião teremos a "Vulnerabilidade das crianças e adolescentes nas questões das diversidades" e contaremos com a contribuição das equipes do Setor de Educação das Relações Étnico-Raciais e Gênero, bem como do Setor de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, ambos da Secretaria Municipal de Educação de São José.
Aguardamos sua presença! Até lá.
4 de nov. de 2014
Protótipo avisa se criança é alvo de pedofilia na web
Programa é um protótipo e foi desenvolvido durante mestrado em Curitiba.
Professoras trabalham para conseguir inserir produto no mercado.
Professoras trabalham para conseguir inserir produto no mercado.
Um protótipo desenvolvido em Curitiba mostrou que é viável a criação de um software para alertar crianças e adolescentes quando eles são vítimas de aliciação pela internet. O projeto é resultado de uma dissertação de mestrado e tem como base um banco de dados internacional que catalogou mais de 500 conversas entre aliciadores e crianças ou adolescentes. O software foi programado para monitorar os diálogos virtuais e emitir sinais de alerta, quando o conteúdo assume conotação sexual.
“Ele tem um caráter autoprotetivo, e o que a gente almeja é que a pessoa instale este programa no computador, utilizado pela criança ou pelo adolescente, ficando na barra de tarefas o desenho de um semáforo. Enquanto a criança ou adolescente está trocando conversas, aquele semáforo está monitorando”, explicou Priscila Louse Leyser Santin, de 35 anos, que é professora substituta na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTPF) e criou o protótipo durante o mestrado em Informática na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
O semáforo ficará sempre na cor verde até que surja um indício de aliciamento. Neste momento, a cor amarela se acende na tela do computador. Em um estágio mais avançado, a cor vermelha é acionada.
De acordo com Priscila Santin, a ideia é que os pais orientem os filhos a sair da conversa, mediante as cores amarela e vermelha, para que eles não se tornem possíveis vítimas.
“Outra possibilidade é que este monitoramento seja feito, além do computador onde a criança esteja, em algum dispositivo que os pais tenham em seu poder. Para que sinalize quando o filho está em uma conversa com sinais de aliciamento”, complementou Priscila Santin.
De acordo com Priscila Santin, a ideia é que os pais orientem os filhos a sair da conversa, mediante as cores amarela e vermelha, para que eles não se tornem possíveis vítimas.
“Outra possibilidade é que este monitoramento seja feito, além do computador onde a criança esteja, em algum dispositivo que os pais tenham em seu poder. Para que sinalize quando o filho está em uma conversa com sinais de aliciamento”, complementou Priscila Santin.
Ela explica que a criação do software tem como fundamentação uma adaptação da Teoria da Comunicação Lubridiante – que foi estabelecida por um grupo de pesquisadores que analisou o comportamento de aliciadores e, a partir disso, estabeleceu estágios que vão desde o primeiro contato entre o criminoso e a vítima até o encontro pesssoal.
Nesta adaptação, ficaram estabelecidos inicialmente os estágios de acesso, troca de informações pessoais, informações de relacionamento, atividades, elogios e desensibilização comunicativa.
Em seguida, vem o estágio de reenquadramento. “É quando o agressor diz para vítima que o sexo não é um problema, que é uma fase pela qual todo mundo passa e que não tem porquê esta vítima – a criança – esperar a fase adulta para passar por isso”, detalhou.
Por fim, o criminoso parte para os estágios de isolamento e de aproximação, que é o momento em que o encontro é marcado. “É toda uma sequencia de conversas que faz o software sinalizar em qual estágio este agressor está com relação à vítima”, destacou Priscila. Todo este processo de aliciamento pode levar meses. Os estudiosos afirmam que os estágios são atingidos lentamente até que o criminoso consiga o objetivo de encontrar a criança ou adolescente e abusar sexualmente dela.
É sabido que os agressores têm perfil e comportamento semelhantes e, durante as conversas com as possíveis vítimas, eles deixam transparecer essas características primitivas (como avaliam os pesquisadores), permitindo a identificação dos traços de aliciamento. Esse monitoramento faz com que seja calculada uma taxa de risco de abuso sexual. Na cor verde, a susceptibilidade é de até 50%; na cor amarela, o risco fica entre 50% e 75% e a vermelha, o perigo é superior a 75%.
Aplicação no Brasil
Para a professora que coordenou o projeto, Cinthia de Freitas, ficou comprovado que é possível aplicar a Teoria da Comunicação Lubridiante e que o produto é completamente viável, trazendo benefícios para a sociedade.
O protótipo foi criado para conversas na língua inglesa, porque não existe um catálogo dos diálogos dos aliciadores em português. Isso porque a legislação brasileira determina segredo de justiça para investigações, inquéritos e processo judiciais envolvendo crianças e adolescentes. Todavia, segundo Cinthia Freitas, como a técnica e o conhecimento já estão desenvolvidos, é possível adaptar o software a qualquer idioma.
Inclusive, já existe um diálogo com o Poder Judiciário para que os arquivos de conversas entre aliciadores e vítimas seja acessado para fins acadêmicos e de pesquisa. Agora, o esforço está concentrado para que o software deixe de ser um protótipo e vire um produto, ou seja, passe a ser comercializado e ajude na prevenção dos crimes sexuais contra crianças e adolescentes. Para isso, são necessários parceiros que tenham interesse em investir na ideia.
Segundo Freitas, o Centro de Defesa da Infância e o Setor de Inovação, ambos do Grupo Marista, apoiam o desenvolvimento de plano de negócio para buscar esses parceiros. Como ainda é um protótipo, o projeto teria que passar por algumas adaptações para entrar no mercado. Uma vez solucionadas essas questões, o programa estaria apto para ser instalados em computadores, tabletes e celulares.
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