Blog do grupo de educadores da Rede Municipal de Ensino de São José/SC, que visa a discussão e operacionalização de uma proposta para o manejo e o enfrentamento das violências infanto juvenis. Este espaço tem o propósito de socializar materiais que venham ao encontro do tema, facilitando o estudo por parte dos membros do grupo e demais interessados, visando a promoção de resiliência e combate às violências contra crianças e adolescentes.
31 de mar. de 2014
EMFRENTE no Fala, São José!
No último sábado, dia 29 de Março, na primeira edição de 2014 do "Fala, São José", o EMFRENTE também se fez presente dentre as atividades gratuitas e serviços oferecidos no Colégio Marista, no Jardim Zanelato.
Na ocasião, procedeu-se com a distribuição de panfletos à comunidade que circulava no local, assim como convidou-se às crianças que acompanhavam seus reponsáveis para atividades de pintura, dentre outras, que alertavam para o Estatuto da Criança e do Adolescente bem como para a prevenção das violências. Nas folhas de atividades que as crianças também levavam para suas casas, constava informado os números de denúncia do Disque 100 e Conselhos Tutelares de São José (48) 3244-7264 e (48) 3259-8972.
Ainda foram feitas algumas orientações às dúvidas apresentadas pelos pais ou mesmo pelas crianças.
28 de mar. de 2014
No dia 29/03/2014, sábado, o EMFRENTE estará participando do "Fala, São José".
Mais informações :
http://www.pmsj.sc.gov.br/2014/03/fala-sao-jose-sera-realizado-neste-sabado-29-no-jardim-zanelatto/
Mais informações :
http://www.pmsj.sc.gov.br/2014/03/fala-sao-jose-sera-realizado-neste-sabado-29-no-jardim-zanelatto/
A Essência do Trabalho em Equipe e da Importância de Cada Um
Mesmo que já
tenha se passado certo tempo do primeiro encontro do grupo de educadores do
EMFRENTE, é importante fazermos um agradecimento especial à “Essência –
Sensibilizamos Pessoas. Desenvolvemos Equipes”, pela contribuição aos educadores
da Rede Municipal de Ensino por meio da participação da Palestrante Cristiane
Oliveira. Esta empresa que busca sensibilizar
as pessoas e desenvolver equipes utilizando-se da Pedagogia da Cooperação e
metodologias colaborativas em treinamentos, oficinas, cursos e workshops,
materializou nosso propósito de integrar os participantes e mobilizar este
grupo para que cada um tenha a clareza da importância de sua função no
enfrentamento das violências e na função de Agente de Referência dentro de uma
instituição de ensino.
Estratégias de
grupo, ao mesmo tempo em que divertiram e descontraíram os participantes,
trouxeram à cada um oportunidades de reflexões, assim como as vivências
proporcionadas. Afinal, quando estamos
seguros pelas mãos unidas e fortes focadas num
mesmo objetivo, não somos um só, somos uma EQUIPE, onde cada é, individualmente,
também mais forte.
Obrigada,
Cristiane, obrigada, Essência!
Abaixo, o link do vídeo compartilhado para finalização do encontro:
Pesquisa aponta que estudantes se percebem de forma negativa
Mais da metade das crianças e dos adolescentes de escolas públicas e privadas de Belo Horizonte tem imagens ruins de si mesmo e do mundo, de acordo com um estudo realizado pelo Núcleo de Promoção Saúde e Paz do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Essa visão negativa é motivada, dentre outros fatores, por brigas na família, insatisfações com a condição social e a aparência física, baixo desempenho nos estudos e falta de interação com amigos.
A pesquisa foi realizada com 1.199 alunos de 33 escolas, entre 2009 e 2012. Do total de estudantes entrevistados, com idades entre 10 e 19 anos, 658 (55%) afirmaram ter percepções negativas de si e do entorno – o que os especialistas chamam de autoconceito –, enquanto 541 (45%) tiveram uma visão positiva. A insatisfação foi maior ainda na faixa etária de 10 a 14 anos, na qual 57% dos participantes demonstraram baixa autoestima.
“Não esperávamos um resultado tão negativo, o que nos preocupa muito porque, quando o adolescente se vê dessa forma, a possibilidade de ele se envolver em atividades não saudáveis, como a violência, é muito maior”, afirma a coordenadora do Núcleo de Promoção Saúde e Paz, Elza Machado de Melo.
É o que aconteceu com uma jovem de 20 anos, que preferiu não se identificar. Ela contou que sofreu bullying durante toda a fase escolar por ser gordinha e tímida. “Eu não me achava capaz para nada. Em casa, não conversava com meus pais”, relata. Os resultados desse comportamento foram quatro anos de reprovação no colégio e o envolvimento com bebida, cigarro e droga. “Desenvolvi asma por causa do cigarro e, hoje, tenho até dificuldade para falar”, diz a jovem, que ainda não concluiu o ensino médio.
A autora da pesquisa, a psicopedagoga Lauriza Maria Nunes Pinto, explica que os conflitos em família e a baixa escolaridade dos pais são os fatores que mais contribuem para o autoconceito negativo entre os alunos de 10 a 14 anos. Já dos 15 aos 19, os motivos que pesam mais são a reprovação na escola, se sentir sozinho e não fazer parte de grupos sociais. “O estudo nos aponta o que deve ser melhorado em casa e na escola para reverter o problema”, conclui Lauriza.
27 de mar. de 2014
Falta integração no combate à violência contra crianças
A falta de comunicação mais rápida e eficiente entre os órgãos que integram a rede de proteção da criança e do adolescente em Belo Horizonte pode levar a uma demora de mais de dois anos para a obtenção de uma sentença judicial contra o agressor. Ao longo de um ano, o índice de responsabilização dos agressores foi de 67%, embora em apenas 11% dos casos as denúncias não tenham se confirmado no decorrer dos processos judiciais.
É o que aponta tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente da Faculdade de Medicina da UFMG pela psicóloga Rosilene Miranda Barroso da Cruz. Ela analisou todos os processos judiciais de violência doméstica contra crianças e adolescentes encaminhados ao órgão entre 2002 e 2003. Ao todo, foram 77 processos, envolvendo 134 crianças e 78 supostos agressores.
infográfico violência criança-01
A denúncia e suas consequências futuras envolvem várias instituições – Conselho Tutelar, Ministério Público, Tribunal de Justiça e serviços da Prefeitura de Belo Horizonte. A pesquisadora ressalta que o repasse de informações entre elas é fundamental para o bom funcionamento de todo o conjunto. Mas nem sempre isso acontece, dificultando a apuração dos casos e a responsabilização dos agressores.
Morosidade
O papel do Conselho Tutelar como porta de entrada do Sistema de Garantia de Direitos foi observado em 61% dos processos analisados. Porém, sua atuação também levanta questões sobre a efetividade do processo. As denúncias chegam a permanecer por mais de um ano, sem que os grupos familiares observem as orientações e encaminhamentos.
Somado ao tempo que se gasta para obter uma sentença – em muitos casos superior a 30 meses – esse atraso pode permitir que a criança continue sofrendo a violência, mesmo depois que a situação já foi notificada. De acordo com a pesquisadora, seria importante avaliar melhor o tempo de permanência dos casos nessa instância. “Quando se percebe que não vai surtir efeito, pode-se transformar mais rapidamente a denúncia em processo judicial”, afirma.
Outro problema é que, em muitos casos, a vítima é a única testemunha do abuso. “Situações como obrigá-la a depor na frente do agressor, que pode ser um dos pais, muitas vezes acabam inibindo a criança de falar. Sem o depoimento dela, o juiz pode não ter base para responsabilizar o agressor”, explica Rosilene. Também é mais
frequente a retirada da criança do lar do que o agressor. Das 42 sentenças que envolviam afastamento do lar por uma das partes, apenas cinco eram contra o agressor.
Esse descompasso, muitas vezes desencoraja a denúncia. “Existe uma falta de confiança no sistema e na sua
capacidade de resolver os casos, que muitas vezes leva vítimas ou o responsável não agressor a não relatar a situação”, destaca Rosilene. “Além de lutarmos pela notificação adequada, temos que melhorar os instrumentos sociais necessários para responsabilizar o agressor, apoiar a família e fiscalizar o cumprimento das medidas determinadas”, afirma.
Proposta
É o que aponta tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente da Faculdade de Medicina da UFMG pela psicóloga Rosilene Miranda Barroso da Cruz. Ela analisou todos os processos judiciais de violência doméstica contra crianças e adolescentes encaminhados ao órgão entre 2002 e 2003. Ao todo, foram 77 processos, envolvendo 134 crianças e 78 supostos agressores.
infográfico violência criança-01
A denúncia e suas consequências futuras envolvem várias instituições – Conselho Tutelar, Ministério Público, Tribunal de Justiça e serviços da Prefeitura de Belo Horizonte. A pesquisadora ressalta que o repasse de informações entre elas é fundamental para o bom funcionamento de todo o conjunto. Mas nem sempre isso acontece, dificultando a apuração dos casos e a responsabilização dos agressores.
Morosidade
O papel do Conselho Tutelar como porta de entrada do Sistema de Garantia de Direitos foi observado em 61% dos processos analisados. Porém, sua atuação também levanta questões sobre a efetividade do processo. As denúncias chegam a permanecer por mais de um ano, sem que os grupos familiares observem as orientações e encaminhamentos.
Somado ao tempo que se gasta para obter uma sentença – em muitos casos superior a 30 meses – esse atraso pode permitir que a criança continue sofrendo a violência, mesmo depois que a situação já foi notificada. De acordo com a pesquisadora, seria importante avaliar melhor o tempo de permanência dos casos nessa instância. “Quando se percebe que não vai surtir efeito, pode-se transformar mais rapidamente a denúncia em processo judicial”, afirma.
Outro problema é que, em muitos casos, a vítima é a única testemunha do abuso. “Situações como obrigá-la a depor na frente do agressor, que pode ser um dos pais, muitas vezes acabam inibindo a criança de falar. Sem o depoimento dela, o juiz pode não ter base para responsabilizar o agressor”, explica Rosilene. Também é mais
frequente a retirada da criança do lar do que o agressor. Das 42 sentenças que envolviam afastamento do lar por uma das partes, apenas cinco eram contra o agressor.
Esse descompasso, muitas vezes desencoraja a denúncia. “Existe uma falta de confiança no sistema e na sua
capacidade de resolver os casos, que muitas vezes leva vítimas ou o responsável não agressor a não relatar a situação”, destaca Rosilene. “Além de lutarmos pela notificação adequada, temos que melhorar os instrumentos sociais necessários para responsabilizar o agressor, apoiar a família e fiscalizar o cumprimento das medidas determinadas”, afirma.
Proposta
Uma das propostas do estudo para garantir agilidade é a implantação do Centro Integrado de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, reunindo em um só espaço integrantes do Tribunal de Justiça, com vara especializada em julgar crimes contra a criança e o adolescente, do Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Civil e dos serviços da Prefeitura de Belo Horizonte ligados ao tema.“Reunir todos esses órgãos
é importante para facilitar a comunicação entre eles e procurar uma resolução mais rápida para essa situação”, afirma Rosilene.
Nesse centro, estão previstas salas especiais para os depoimentos das crianças. “Ela conversaria com o juiz separada do agressor, em um momento que já estivesse pronta para falar do assunto”, explica Rosilene. “Além disso, a conversa seria gravada e utilizada como prova, de modo que a criança não precisasse falar outras inúmeras vezes durante o processo sobre a violência sofrida”, conclui.
SERVIÇO
Título: Violência doméstica contra crianças e adolescentes: os (des)caminhos entre a denúncia e a proteção
Nível: Doutorado
Programa: Saúde da Criança e do Adolescente
Autora: Rosilene Miranda Barroso da Cruz
Orientadora: Cláudia Regina Lindgren Alves
Coorientadora: Lúcia Maria Horta de Figueiredo Goulart
Defesa: 02/04/2013
FONTE: http://www.medicina.ufmg.br/observaped/index.php/noticias/21-diversos/217--falta-integracao-no-combate-a-violencia-contra-criancas.html
26 de mar. de 2014
Game Online Ensina o Uso Seguro da Internet para Crianças
Utilização de redes sociais, cyberbullying, vírus e divulgação de fotos são alguns dos temas abordados pelo Galáxia Internet. O jogo eletrônico educativo ajuda educadores e responsáveis a orientarem as crianças sobre o uso seguro dos recursos digitais. A iniciativa foi desenvolvida pelo Instituto Paramitas em parceria com o Programa Parceria para Proteção da Criança e do Adolescente (CPP), Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional e Plan Brasil.
Recomendado para crianças de 6 a 11 anos, o jogo discute os temas de forma lúdica. A criança precisa passar pelas fases, eliminando os perigos que cada uma delas oferece, aprendendo de forma divertida a navegar com segurança. O jogo pode ser acessado gratuitamente pelo site www.galaxiainternet.org.br. Em breve, o “Guia para uso do Jogo Galáxia Internet em Educação” estará disponível para download. O material traz informações sobre o jogo e sugestões para educadores utilizarem o conteúdo do game.
FONTE: http://www.novasaliancas.oficinadeimagens.org.br/
25 de mar. de 2014
Sessão Especial na Câmara de Vereadores de São José
Compartilhamos, aqui, o Convite a nós enviado pelo Gabinete do Prof. Telmo Pedro Vieira, na Câmara Municipal de São José/SC, para a Sessão Especial em alusão à Campanha da Fraternidade 2014, que tem como tema "Fraternidade e Tráfico Humano", dia 03 de Abril de 2014, às 19h, no plenário da Câmara Municipal de São José.
Para esta Sessão foram convidados diversos especialistas envolvidos nesse processo e serão discutidos o trabalho escravo, o tráfico de mulheres, a exploração sexual, o tráfico de órgãos e a adoção ilegal.
24 de mar. de 2014
Pipo e Fifi agora com cartilha de atividades!
Se você já conhecia o projeto Pipo e Fifi, que fala com as crianças sobre violência sexual na infância, com ilustrações e frases de fácil entendimento, para que os pequenos conheçam e entendam o domínio que eles possuem sobre o próprio corpo, vai gostar ainda mais de saber que agora tem uma cartilha de atividades!
Este material que trabalha identidade, autoestima e sentimentos está disponível para download no site http://www.pipoefifi.org.br/download.html .
Confira algumas atividades propostas e corra para conferir!
21 de mar. de 2014
Era uma vez um problema
Livros que contam histórias difíceis – sobre alcoolismo, perdas ou separações – podem ajudar as crianças que lidam com problemas semelhantes
Se para os adultos já é difícil expressar
sentimentos e superar traumas, para as crianças o desafio de passar por algumas
situações inesperadas se torna ainda maior. Mas de acordo com Lucélia Elizabeth
Paiva, doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP, os
livros podem ajudar – e muito – nessa hora. Eles ajudam a criança a expressar o
que sente sobre diferentes conflitos e, assim, encontrar uma possibilidade de
resolução para seus problemas.
Um livro infantil que, de forma direta ou mais sutil, fale sobre a separação dos pais, sobre a morte de um ente querido ou sobre um problema familiar como o alcoolismo, por exemplo, pode envolver a criança que ouve a história de forma a acolhê-la e mostrar que ela não está sozinha. “Mas a história em si não vai fazer milagre”, ressalta Paiva. É importante que a criança tenha a possibilidade de trazer as angústias à tona, que haja um espaço para ela se expressar. “O principal não é a história em si que será contada ao filho, mas como a dinâmica desta história irá acontecer”, explica.
Independentemente
do assunto, o livro só fará a criança lidar com suas perdas se o adulto que
estiver utilizando este recurso realmente achar que tudo aquilo faz sentido.
“Tem adulto que lê uma história e nem se dá conta do que se trata por não ver
os detalhes, não se envolver”, diz Lucélia. Se isso acontecer, é difícil que a
criança realmente alcance o objetivo da história. Mas, bem empregado, o livro
“servirá como um espaço para se conversar com a criança sobre o assunto ou para
que ela pense a respeito sobre a situação que vivencia”, explica. “E o adulto
que a acompanhar deve se sentir confortável para tratar de uma temática
delicada”. Um livro infantil que, de forma direta ou mais sutil, fale sobre a separação dos pais, sobre a morte de um ente querido ou sobre um problema familiar como o alcoolismo, por exemplo, pode envolver a criança que ouve a história de forma a acolhê-la e mostrar que ela não está sozinha. “Mas a história em si não vai fazer milagre”, ressalta Paiva. É importante que a criança tenha a possibilidade de trazer as angústias à tona, que haja um espaço para ela se expressar. “O principal não é a história em si que será contada ao filho, mas como a dinâmica desta história irá acontecer”, explica.
A psicóloga Cibele Marras, da Clínica Elipse, em São Paulo, explica que a fantasia é uma forma que a criança usa de associação com o real. Ela identifica aquela história sobre a vinda do novo irmãozinho ou sobre a separação dos pais do personagem como algo que ela vive. “Assim ela consegue aprender alguns recursos para lidar com situações mais conflitantes”, diz Cibele. Utilizar livros infantis com temáticas específicas, portanto, pode ser um instrumento poderoso para que a criança acesse os sentimentos e comece a entendê-los. Aquela criança que fica mais agressiva na escola por viver em casa a separação dos pais, por exemplo, encontra através do livro maneiras mais satisfatórias de lidar com o problema.
Segundo Marineide Gomes, doutora em Educação e Professora do Curso de Pedagogia da Unifesp, as crianças irão tirar as consequências das histórias a partir do mundo e do contexto em que vivem. “Junto com a história, sempre haverá alguma forma da criança se manifestar”, diz. As histórias ativam a imaginação e, se existe ainda a possibilidade da criança recontar aquele livro, ela pode colocar elementos novos e sair daquele enredo para se apropriar dele: “É isso que faz sentido para as crianças: explicar a complexidade da realidade no nível em que ela consiga entender”.
Cibele acrescenta que se pai ou mãe – ou ambos – estiverem juntos nessa, melhor ainda. Isso se já houver um conforto para tratar do assunto, claro. “Se os pais não estiverem preparados para tratar da temática, qualquer que seja ela, podem acabar enfrentando dúvidas que não estão prontos para responder”, afirma a especialista.
Para isso, é importante que se conheça o livro a ser lido e, sobretudo, que ele traga uma solução para o conflito. “O adulto deve sentir que é uma história que pode acolher a angústia daquela criança sobre o que ela está vivendo”, explica Lucélia. Nas prateleiras, não faltam livros capazes de ajudar as crianças na superação de situações dolorosas e amedrontadoras.
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Confira algumas dicas:
A Barata Medrosa e o Coronel Baratinado, de
Luzia de Maria (Scipione), ensina as crianças que até os mais corajosos podem
ter medo. A partir de 7 anos.
Anão e Gigante, de Nílson José Machado
(Scipione), permite às crianças discutir suas próprias inseguranças. A partir
de 7 anos.
Quem tem Medo de Fantasma?, de Fanny Joly
(Scipione), ensina que para matar o medo, muitas vezes, o melhor é saber que
ele não é real.
O Cachecol que Sempre Ficava Mais Comprido,
de Bettina Göschl e Klaus Peter-Wolf (Scipione), trata do alcoolismo com muita
sensibilidade.
Macaco, Leão ou Porco?, de Fernando Behrens
e Gian Calvi (Global), também fala do alcoolismo. A partir de 9 anos.
A Operação de Lili, de Rubem Alves (Paulus),
é indicado para crianças que terão de passar por intervenções cirúrgicas. A
partir de 9 anos.
Hospital não é mole!, de Bel Linares e Alcy
(Salamandra), ajuda as crianças a entender uma internação. Livro de imagens. A
partir de 6 anos.
Meus Dois Pais, de Walcyr Carrasco (Ática),
conta a história de um menino cujo pai é gay. Disponível em iPad. Entre 6 e 8
anos.
Quando os Pais se Separam, de Emily
Menendez-Aponte e R. W. Alley (Paulus), explica que as crianças não são
culpadas pela separação dos pais. A partir de 9 anos.
Papai e Mamãe Estão se Separando, de Bel
Linares e Alcy (Salamandra), trabalha, em imagens, as emoções que vêm à tona
neste momento. A partir de 6 anos.
Anita Bocadura, de Mariângela Bueno (Callis),
trata da dificuldade de fazer amigos. A partir de 5 anos.
E essa tal de escola, como será?, de Bel
Linares e Alcy (Salamandra), conta, em imagens, o complicado momento de começar
a vida escolar. A partir de 6 anos.
Quando a Vergonha Bate Asas, de Jonas
Ribeiro e Simone Matias (Elementar), trata de coragem para enfrentar situações
difíceis. Entre 10 e 11 anos.
Não é Fácil, Pequeno Esquilo, de Elisa
Ramón (Callis), fala sobre como deixar a angústia da perda de lado. A partir
dos 7 anos.
A Ararinha do Bico Torto, de Walcyr
Carrasco (Ática), fala da superação de limitações físicas. Disponível em iPad.
Entre 6 e 8 anos.
E agora? Vão tomar o meu lugar?, de Bel
Linares e Alcy (Salamandra), é um livro de imagens que fala da chegada de um
bebê na família. A partir de 6 anos.
Matéria de Renata Losso, especial para o iG São Paulo, em 19/01/2011
20 de mar. de 2014
A importância de um olhar mais atento !
Este vídeo foi exibido hoje, no Bom Dia Santa Catarina (RBS), e apresenta situação ocorrida em uma escola da Cidade de Lages.
http://globotv.globo.com/rbs-sc/bom-dia-santa-catarina/v/video-mostra-bullying-em-escola-de-lages-acoes-do-tipo-preocupam-especialistas/3225552/
http://globotv.globo.com/rbs-sc/bom-dia-santa-catarina/v/video-mostra-bullying-em-escola-de-lages-acoes-do-tipo-preocupam-especialistas/3225552/
Segredo Segredíssimo
Adriana é uma meninas triste que tem um segredo segredíssimo. A sorte dela é que sua amiga Alice é muito esperta, e ao saber do segredo dá a Adriana um conselho conselhíssimo.
Adriana segue o conselho e sua vida muda para melhor.
Este livro infantil polêmico e inovador, já avaliado por educadores. A autora toca delicadamente –mas com firmeza– na questão do abuso infantil. Destinado à educação infantil nas escolas. Ganhar a confiança das crianças e pedir sigilo sobre o relacionamento é uma prática usada pelos abusadores. Para combater esse vínculo de silêncio, educadores concordam que a informação é a arma mais eficiente de proteção contra o abuso sexual.
O pioneiro “Segredo Segredíssimo”, escrito por Odívia Barros, combina o texto direcionado ao público infantil com a seriedade que a questão exige. As ilustrações são de Thais Linhares. Segundo a World Childhood Foundation –organização sueca que combate a pedofilia em diversos países–, especialistas avaliam que, a partir dos 5 anos, já é possível orientar a criança sobre a abordagem sexual imprópria por parte de adultos.
Creches, escolas, parques, praças, playgrounds e centros esportivos são apontados como lugares preferidos pelos pedófilos. Com a internet, as redes sociais facilitaram a ação dos abusadores.
LEIA ENTREVISTA DA AUTORA CONCEDIDA A FOLHA DE SÃO PAULO:
VEJA ILUSTRAÇÕES DO LIVRO SEGREDO SEGREDISSIMO
FONTE: http://odiviabarros.com.br/
19 de mar. de 2014
Abordando a violência sexual por meio da literatura
A cada 8 minutos, uma criança é abusada
sexualmente no Brasil, segundo a Secretaria Especial de Direitos Humanos da
Presidência da República (SEDH). Mesmo com dados estarrecedores, o assunto
ainda é tabu entre as famílias e escolas. Algo que a escritora Odívia Barros
pretende mudar.
Preocupada com a sua filha, na época com 5
anos de idade, Odívia resolveu inventar uma história cujo intuito fosse
orientar a menina no caso de abuso. Assim surgiu o livro “Segredo,
Segredíssimo” (Geração Editorial). Para a autora, por mais delicado que seja o
tema, ele não pode ser desconhecido pelas crianças – e as escolas também têm um
papel fundamental na discussão do tema.
“Os passos para se evitar o abuso sexual
infantil são simples, mas é preciso que as crianças saibam. E ninguém fala
nada, as pessoas fingem que isso não existe”, diz ela. “Por isso, quando a
criança passa por esta situação, não sabe o que fazer”. Odívia sabe bem do que
está falando. Ela mesma foi vítima de abuso quando mais nova. Confira a
entrevista feita pelo IG:
iG: Por que você resolveu fazer
um livro infantil sobre um tema tão forte?
Odívia Barros: Eu sofri abuso sexual na infância. Quando minha filha nasceu, ficava angustiada para tentar orientá-la sobre o assunto de uma forma que não a assustasse. Ao estudar psicologia, aprendi a importância dos contos de fadas para informar as crianças de um jeito que elas entendem. Resolvi fazer um livro com as orientações que eu queria passar para ela. Passei quase um ano pensando na história. Quando sentei para escrever, o livro nasceu em 20 minutos. Aqui no Brasil, a gente age reativamente, quando a criança já passou pelo abuso. Se pudermos avisar num patamar mais lúdico, ela contará quando estiver incomodada e saberá que será acolhida. Quando a criança não sabe qual vai ser a reação dos adultos, ela fica com medo. Esse é o grande problema: como a gente finge que não existe, a criança não sabe qual será a reação.
iG: Quantos anos tinha a sua filha na época? Você chegou a contar a história de “Segredo, Segredíssimo” para ela?
Odívia Barros: Hoje ela tem sete anos. Na época, tinha cinco. No dia em que escrevi a história, cheguei do trabalho e contei para ela. Não sabia se ela ia entender, tinha apenas cinco anos. Mesmo assim, na TV e no rádio se escuta cada notícia horrorosa que eu precisava orientá-la. No final do livro, criei um jogo de perguntas, como se fosse um teste de compreensão de texto. Fiz as perguntas com ela, e ela respondeu direitinho. Fiquei feliz que ela entendeu tudo o que queria dizer.
Odívia Barros: Eu sofri abuso sexual na infância. Quando minha filha nasceu, ficava angustiada para tentar orientá-la sobre o assunto de uma forma que não a assustasse. Ao estudar psicologia, aprendi a importância dos contos de fadas para informar as crianças de um jeito que elas entendem. Resolvi fazer um livro com as orientações que eu queria passar para ela. Passei quase um ano pensando na história. Quando sentei para escrever, o livro nasceu em 20 minutos. Aqui no Brasil, a gente age reativamente, quando a criança já passou pelo abuso. Se pudermos avisar num patamar mais lúdico, ela contará quando estiver incomodada e saberá que será acolhida. Quando a criança não sabe qual vai ser a reação dos adultos, ela fica com medo. Esse é o grande problema: como a gente finge que não existe, a criança não sabe qual será a reação.
iG: Quantos anos tinha a sua filha na época? Você chegou a contar a história de “Segredo, Segredíssimo” para ela?
Odívia Barros: Hoje ela tem sete anos. Na época, tinha cinco. No dia em que escrevi a história, cheguei do trabalho e contei para ela. Não sabia se ela ia entender, tinha apenas cinco anos. Mesmo assim, na TV e no rádio se escuta cada notícia horrorosa que eu precisava orientá-la. No final do livro, criei um jogo de perguntas, como se fosse um teste de compreensão de texto. Fiz as perguntas com ela, e ela respondeu direitinho. Fiquei feliz que ela entendeu tudo o que queria dizer.
iG: Quais são as principais
mensagens do livro?
Odívia Barros: A mensagem é ensinar a criança a reconhecer uma situação inapropriada de comportamento de um adulto, e orientá-la a dizer ‘não’ a essa situação. O livro ensina que a criança não vai ser punida. E isso é o que tem mais de errado nessa temática do abuso sexual: elas [as crianças] são as vítimas, no entanto, nós, adultos, não temos coragem de falar sobre isso com elas, e elas se sentem culpadas. Ficam desprotegidas. O livro propõe uma mudança de paradigma. Os estudiosos dizem que existem quatro passos básicos para sair de uma situação de abuso: reconhecer a situação inapropriada; saber dizer ‘não’; sair da situação rapidamente e contar para alguém. Como a criança pode imaginar isso tudo? A gente apenas diz para ela não conversar com estranhos, quando 90% dos casos de abuso ocorrem dentro da família. Não se fala nada da sua família, não se fala para a criança tomar cuidado com um primo ou que um tio pode lhe fazer algo de ruim. O importante é a criança saber que essa situação existe.
Odívia Barros: A mensagem é ensinar a criança a reconhecer uma situação inapropriada de comportamento de um adulto, e orientá-la a dizer ‘não’ a essa situação. O livro ensina que a criança não vai ser punida. E isso é o que tem mais de errado nessa temática do abuso sexual: elas [as crianças] são as vítimas, no entanto, nós, adultos, não temos coragem de falar sobre isso com elas, e elas se sentem culpadas. Ficam desprotegidas. O livro propõe uma mudança de paradigma. Os estudiosos dizem que existem quatro passos básicos para sair de uma situação de abuso: reconhecer a situação inapropriada; saber dizer ‘não’; sair da situação rapidamente e contar para alguém. Como a criança pode imaginar isso tudo? A gente apenas diz para ela não conversar com estranhos, quando 90% dos casos de abuso ocorrem dentro da família. Não se fala nada da sua família, não se fala para a criança tomar cuidado com um primo ou que um tio pode lhe fazer algo de ruim. O importante é a criança saber que essa situação existe.
iG: Quais preocupações você
teve ao escrever o livro?
Odívia Barros: Tive a preocupação de fazer com que minha filha não tivesse medo dos adultos em geral e dos familiares em particular. No livro, falo sobre pedofilia, sobre abuso sexual infantil, mas não toco em nenhuma dessas palavras. Falo de uma “brincadeira de adulto”, para que ela entenda que existem brincadeiras que os adultos fazem entre eles e não podem fazer com elas, assim, elas já ficam alertadas. Em nenhum momento, porém, descrevo qual é essa brincadeira. O máximo que coloco é o beijo na boca, algo que uma criança já viu na TV. O livro serve para colher quanto de informação a criança tem, não para despejar as informações nela. E ela responde naturalmente, não é um bicho-de-sete-cabeças. Vale muito a pena tratar disso com a criança desde cedo, para que ela se aproprie do conhecimento.
iG: Além das sequelas óbvias, que outros problemas o abuso pode trazer?
Odívia Barros: Existe o fenômeno de multigeracionalidade. Ele mostra que o abusador de hoje foi o abusado de ontem. É um ciclo que se repete. Quem é abusado hoje tem mais chances de abusar de outras crianças quando crescer. Ou se tem coragem de colocar este tema dentro da sala de aula e romper este ciclo, ou ele vai continuar sem fim. Nós, adultos, não temos coragem de tratar o tema. O problema não são as crianças: o problema são os adultos, que não têm coragem.
iG: Como o fato de você ter passado por uma situação de abuso ajudou na hora de escrever o livro?
Odívia Barros: Viver a experiência fez com que eu me dirigisse às crianças de forma bastante delicada. Quando fiz o livro, fiquei pensando, se contaria ou não a minha vivência. Concluí que, se no livro falo para as crianças contarem o que ocorre com elas, não poderia deixar de falar o que aconteceu comigo. O importante é a sociedade refletir sobre como está agindo. Quando me dei conta do que havia passado comigo, comecei a achar errado que as pessoas não falassem disso, não deixassem estas coisas claras. Como eu não tinha um livro desse para ler, não tinha o que fazer.
Odívia Barros: Tive a preocupação de fazer com que minha filha não tivesse medo dos adultos em geral e dos familiares em particular. No livro, falo sobre pedofilia, sobre abuso sexual infantil, mas não toco em nenhuma dessas palavras. Falo de uma “brincadeira de adulto”, para que ela entenda que existem brincadeiras que os adultos fazem entre eles e não podem fazer com elas, assim, elas já ficam alertadas. Em nenhum momento, porém, descrevo qual é essa brincadeira. O máximo que coloco é o beijo na boca, algo que uma criança já viu na TV. O livro serve para colher quanto de informação a criança tem, não para despejar as informações nela. E ela responde naturalmente, não é um bicho-de-sete-cabeças. Vale muito a pena tratar disso com a criança desde cedo, para que ela se aproprie do conhecimento.
iG: Além das sequelas óbvias, que outros problemas o abuso pode trazer?
Odívia Barros: Existe o fenômeno de multigeracionalidade. Ele mostra que o abusador de hoje foi o abusado de ontem. É um ciclo que se repete. Quem é abusado hoje tem mais chances de abusar de outras crianças quando crescer. Ou se tem coragem de colocar este tema dentro da sala de aula e romper este ciclo, ou ele vai continuar sem fim. Nós, adultos, não temos coragem de tratar o tema. O problema não são as crianças: o problema são os adultos, que não têm coragem.
iG: Como o fato de você ter passado por uma situação de abuso ajudou na hora de escrever o livro?
Odívia Barros: Viver a experiência fez com que eu me dirigisse às crianças de forma bastante delicada. Quando fiz o livro, fiquei pensando, se contaria ou não a minha vivência. Concluí que, se no livro falo para as crianças contarem o que ocorre com elas, não poderia deixar de falar o que aconteceu comigo. O importante é a sociedade refletir sobre como está agindo. Quando me dei conta do que havia passado comigo, comecei a achar errado que as pessoas não falassem disso, não deixassem estas coisas claras. Como eu não tinha um livro desse para ler, não tinha o que fazer.
iG: O que os pais podem fazer
para ajudar seus filhos a sair de uma situação de abuso?
Odívia Barros: Os pais devem dar credibilidade para a criança. No livro, a mãe da personagem diz que ela não fez nada de errado. Quem fez errado foi o “tio”. Isto mostra o acolhimento que as mães devem dar para suas filhas. A relação de abuso sexual infantil é sempre uma relação de poder. É um adulto “esperto”, mais experiente, contra alguém mais fraco. Eles se valem desta relação de poder para manipular. É importante os pais darem credibilidade para as crianças, acreditarem no que elas falam e darem esse acolhimento a elas se algo ocorrer.
iG: Como vem sendo a recepção do livro nas escolas?
Odívia Barros: Os educadores avaliaram o livro e indicaram para uso do primeiro ao quinto ano das escolas de rede pública. Mas é muito difícil colocar nas escolas. Uma das escolas visitadas por mim disse que não falaria do assunto “de jeito nenhum”. Disseram que só tratavam dessa temática a partir dos 13 anos de idade. Mas, aos 13 anos de idade, o abuso infantil já passou. Aqui no Brasil as escolas não tratam disso, nenhuma escola coloca essa temática na sua grande. No final, a escola faz o que a sociedade faz. Os pais fingem que não existe. E as crianças, que são as vítimas, ficam sem saber de nada. Os abusadores levam a melhor.
iG: Qual a importância de tratar este assunto nas escolas?
Odívia Barros: Estudiosos sugerem a escola como o lugar ideal para se tratar sobre isso. Se a maioria dos casos ocorre dentro da família, e na família não se fala sobre isso, a criança precisa contar para alguém de fora. Em 52% dos casos, atualmente, as crianças procuram o professor. Afinal, o professor é alguém de fora do círculo familiar em quem elas confiam. O professor, pelo convívio e pela experiência, tem mais noção do que falar para a criança de uma determinada série. Eu acredito que as escolas não têm o direito de se omitir e fingir que pedofilia e abuso sexual não existem.
iG: O que você acha que pode acontecer se a mentalidade com relação ao silêncio sobre o abuso sexual não mudar?
Odívia Barros: Freud teve que desistir de estudar o abuso infantil, pois a sociedade vienense não suportava o que ele estudava. 110 anos depois, a gente ainda não tem coragem de levantar este assunto. Deixamos nossas crianças à mercê dos abusadores só porque nós, adultos, não suportamos falar sobre isso. Enquanto o pensamento for assim, de manter o silêncio, muitas crianças continuarão a ser abusadas. Não contarão para ninguém e se tornarão reféns dos abusadores. A cada 8 minutos, uma criança é abusada no Brasil. Isso precisa mudar.
Odívia Barros: Os pais devem dar credibilidade para a criança. No livro, a mãe da personagem diz que ela não fez nada de errado. Quem fez errado foi o “tio”. Isto mostra o acolhimento que as mães devem dar para suas filhas. A relação de abuso sexual infantil é sempre uma relação de poder. É um adulto “esperto”, mais experiente, contra alguém mais fraco. Eles se valem desta relação de poder para manipular. É importante os pais darem credibilidade para as crianças, acreditarem no que elas falam e darem esse acolhimento a elas se algo ocorrer.
iG: Como vem sendo a recepção do livro nas escolas?
Odívia Barros: Os educadores avaliaram o livro e indicaram para uso do primeiro ao quinto ano das escolas de rede pública. Mas é muito difícil colocar nas escolas. Uma das escolas visitadas por mim disse que não falaria do assunto “de jeito nenhum”. Disseram que só tratavam dessa temática a partir dos 13 anos de idade. Mas, aos 13 anos de idade, o abuso infantil já passou. Aqui no Brasil as escolas não tratam disso, nenhuma escola coloca essa temática na sua grande. No final, a escola faz o que a sociedade faz. Os pais fingem que não existe. E as crianças, que são as vítimas, ficam sem saber de nada. Os abusadores levam a melhor.
iG: Qual a importância de tratar este assunto nas escolas?
Odívia Barros: Estudiosos sugerem a escola como o lugar ideal para se tratar sobre isso. Se a maioria dos casos ocorre dentro da família, e na família não se fala sobre isso, a criança precisa contar para alguém de fora. Em 52% dos casos, atualmente, as crianças procuram o professor. Afinal, o professor é alguém de fora do círculo familiar em quem elas confiam. O professor, pelo convívio e pela experiência, tem mais noção do que falar para a criança de uma determinada série. Eu acredito que as escolas não têm o direito de se omitir e fingir que pedofilia e abuso sexual não existem.
iG: O que você acha que pode acontecer se a mentalidade com relação ao silêncio sobre o abuso sexual não mudar?
Odívia Barros: Freud teve que desistir de estudar o abuso infantil, pois a sociedade vienense não suportava o que ele estudava. 110 anos depois, a gente ainda não tem coragem de levantar este assunto. Deixamos nossas crianças à mercê dos abusadores só porque nós, adultos, não suportamos falar sobre isso. Enquanto o pensamento for assim, de manter o silêncio, muitas crianças continuarão a ser abusadas. Não contarão para ninguém e se tornarão reféns dos abusadores. A cada 8 minutos, uma criança é abusada no Brasil. Isso precisa mudar.
18 de mar. de 2014
Sinal vermelho para mudança brusca de comportamento
FONTE: gettyimages
Mas afinal, que mudanças de
comportamento devem levantar o sinal vermelho? Muitas crianças se tornam mais
retraídas e arredias quando são vítimas de violência. Passar a evitar o
convívio com o agressor também é um sinal importante.
“Retração social, medos
injustificados ou exagerados, depressão, tristeza, perda de apetite. Também
pode aparecer um quadro de infecção do trato urinário frequente. Criança que
nunca tinha infecção e passa a ter sempre. Com a questão do ato sexual ou a
manipulação da área genital, podem surgir irritações que levam a estas
infecções”, explica Paulo Cesar Menezes Freitas, neuropsiquiatra da infância e
adolescência e membro do Programa de Atendimento e Pesquisa em Violência
(PROVE) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Em crianças já naturalmente mais retraídas, a timidez tende a piorar ainda mais. Podem apresentar um nervosismo exacerbado e explosões de temperamento com mais facilidade. Em alguns casos as vítimas de abuso mudam o estilo de se vestir ou apresentam um sono excessivo. Hematomas, lesões ou coceiras nos órgãos genitais também são indícios que devem ser olhados com cuidado.
Em crianças já naturalmente mais retraídas, a timidez tende a piorar ainda mais. Podem apresentar um nervosismo exacerbado e explosões de temperamento com mais facilidade. Em alguns casos as vítimas de abuso mudam o estilo de se vestir ou apresentam um sono excessivo. Hematomas, lesões ou coceiras nos órgãos genitais também são indícios que devem ser olhados com cuidado.
Uma dos conselhos para os pais é que mantenham um diálogo franco
com seus filhos sobre sexualidade. “Nem sempre as crianças sabem que estão
sendo abusadas. O ato pode ser visto quase como uma referência de carinho,
apesar de incômodo. Manter um diálogo aberto e de acordo com a faixa etária da
criança dizendo o que é certo e o que é errado é fundamental”, afirma Anna
Flora.
Na escola
Não são apenas os pais que devem ficar atentos às mudanças de
comportamento dos filhos. O papel da escola é muito importante. Professores e
auxiliares conseguem identificar, com menos envolvimento emocional, quando algo
está incomodando uma criança.
As notas podem piorar e a convivência em grupo passa a ser mais
escassa. “As crianças não mudam apenas dentro de casa. Em muitos casos elas
agem de forma diferente na escola ou com outras pessoas com quem convivem de
forma próxima”, diz Anna Flora.
Alguns sinais do abuso
- Retração social: a criança fica tímida e menos
aberta à convivência.
- Medos que não
existiam aparecem de repente, sem justificativa.
- Depressão, tristeza, perda de apetite.
- Infecções frequentes
do trato urinário (quando o quadro não existia antes).
- Crianças tímidas podem
apresentar nervosismo exacerbado e explosões
repentinas de temperamento.
- Em alguns casos, há mudança
no estilo de se vestir e sono
excessivo.
- Hematomas, lesões ou coceiras nos órgãos genitais.
FONTE: http://delas.ig.com.br/filhos/2012-05-22/como-detectar-se-seu-filho-esta-sofrendo-abuso-sexual.html
FONTE: http://delas.ig.com.br/filhos/2012-05-22/como-detectar-se-seu-filho-esta-sofrendo-abuso-sexual.html
17 de mar. de 2014
Violência doméstica de geração em geração
Quatro a cada cinco famílias com pais envolvidos em violência doméstica
tiveram filhos que, adultos, cometeram atos violentos contra os parceiros (New York Times)
O risco de violência doméstica
frequentemente é passado de pais para filhos, diz um novo estudo. Pesquisadores
analisaram dados de mais de 1600 famílias norte-americanas e descobriram que
perto de quatro a cada cinco famílias com pais envolvidos em violência com o
parceiro tiveram filhos que, adultos, cometeram violência contra os parceiros.
E 75% destas famílias tiveram filhos que, adultos, se tornaram vítimas de
violência doméstica.
"Estas
famílias infelizmente não conseguiram quebrar o ciclo da violência", disse
a autora do estudo Kelly Knight, professora-assistente da Faculdade de Justiça
Criminal da Sam Houston State University, no Texas, em uma publicação sobre o
estudo.
"A maioria dos
pais e mães que viveram situações de violência tiveram filhos que acabaram
crescendo para viver a mesma experiência", disse Knight.
Exemplos de
violência doméstica envolvendo parceiros incluem empurrar, agarrar, bater,
atirar coisas, socar, bater usando objetos, sufocar, ameaçar com arma, usar
arma e tentar matar um parceiro ou cônjuge.
A grande maioria de
pais e mães envolvidos no estudo - 92% - disse ter cometido ao menos um ato de
violência doméstica, e cerca de dois terços declararam ter cometido ao menos um
ato violento contra o parceiro ou parceira. Entre seus filhos adultos, quatro a
cada cinco disseram ter cometido ao menos um incidente menor de violência
doméstica.
66% dos pais e 36%
de seus filhos já adultos relataram ter sido vítimas de violência pelas mãos
dos parceiros, apurou o estudo. Além disso, 93% dos pais e 78% dos filhos
adultos declararam ter sido vítimas de incidentes menores de violência
doméstica.
Um quinto das
pessoas disseram ter participado em três ou mais tipos de violência doméstica,
de acordo com o estudo, que deve ser apresentado este mês no encontro anual da
Sociedade Americana de Criminologia em Atlanta. Os dados e conclusões da
pesquisa são preliminares e ainda não foram pesquisadas em uma publicação
revisada por pares.
FONTE: http://delas.ig.com.br/comportamento/2013-11-07/violencia-domestica-passa-de-geracao-em-geracao-diz-estudo.html
Secretaria de Educação de São José realiza formação dos agentes de referência do Programa EMFRENTE
Projeto visa orientar profissionais para melhor lidar com situações de violência contra crianças e adolescentes
As integrantes do programa EMFRENTE mostram a colcha de telhados que simboliza as reuniões realizadas pelo grupo
A Secretaria Municipal de Educação realiza, nesta sexta-feira (14), a abertura oficial da Formação Continuada “A Escola na proteção à infância e adolescência – um olhar mais atento”, tendo como participantes os profissionais da rede municipal. A iniciativa integra o Programa EMFRENTE – Enfrentamento e Manejo das Violências Infanto-juvenis na Rede Municipal de Ensino. A cerimônia acontecerá no Colégio Municipal Maria Luiza de Melo no período da manhã e da tarde, a partir das 13h30min.
Na solenidade será realizada a entrega dos certificados aos Agentes de Referência, relativo à formação de 2013, e o início dos encontros mensais dos profissionais para 2014. A palestrante Cristiane Oliveira falará sobre o tema “Construindo uma Educação para que Todos possam Vem-Ser Juntos”, com o objetivo de incentivar a reflexão do processo de transformação da Educação.
O projeto EMFRENTE foi há quatro anos por um grupo de educadores do Município, com o desejo de preparar profissionais da rede para melhor lidar com situações de violência contra criança e adolescentes, que se identificava a partir de situações e comportamentos apresentados dentro da sala de aula.
O grupo busca identificar, discutir e articular ações que visem o enfrentamento, a denúncia e o manejo das violências contra crianças e adolescentes no ambiente escolar. “A intenção é dar apoio às escolas, já que muitos educadores se sentem despreparados para enfrentar questões que lidam com violência e sexualidade”, afirma a coordenadora do projeto, Ana Brasil.
Em 2013 o grupo iniciou um trabalho criativo para registrar os encontros. A cada reunião os Agentes de Referência elaboravam um registro em tecido, por meio de desenho, pintura, ou qualquer forma diferenciada de uma ata e iam confeccionando uma colcha de retalhos. “Nosso objetivo é buscar materializar em tecidos a trama da rede de apoio com que contam as crianças e adolescentes vítimas de violência. Somente ao trabalharmos de forma articulada conseguiremos otimizar as possibilidades de combate e enfrentamento destas violências”, complementa a coordenadora. A colcha continuará fazendo parte dos encontros deste ano.
Foto: Divulgação SME/PMSJ
10 de mar. de 2014
Escolas e creches - São José e Palhoça
Na condição de Delegada Regional de Polícia da 1ª Região Policial de São José e na 30 ª Região Policial de Palhoça, em relação aos posts de tentativa de sequestro de crianças nas proximidades de creches e escolas, notadamente nos Municípios acima citados, noticiados neste site de relacionamentos informo a todos que a POLÍCIA CIVIL DE SANTA CATARINA não medirá esforços na busca pela verdade dos fatos noticiados e que estão deixando todos os pais e mães das cidades citadas receosos em relação aos seus pequenos.
Informo, ainda, que as Delegacias de Proteção a Criança, Adolescente, Mulher e Idoso - conhecidas como DPCAMI, das Comarcas de Palhoça e São José, buscarão incansavelmente a verdade, bem como, verificando serem inverídicas as notícias veiculadas, irá tomar todas as providências policiais cabíveis àqueles que a disseminaram.
Assim, solicito que todo aquele que tiver conhecimento deste tipo de conduta criminosa, a saber sequestro ou tentativa de sequestro de criança EXERÇA SUA CIDADANIA e façam as denúncias através dos número 190, 181, 100, cabendo salientar que as ligações são gratuitas.
A Segurança Pública é DEVER DO ESTADO e RESPONSABILIDADE DE TODOS!
Sandra Mara Pereira
Delegada Regional de Polícia de São José
Delegada Regional de Polícia e.e de Palhoça
Informo, ainda, que as Delegacias de Proteção a Criança, Adolescente, Mulher e Idoso - conhecidas como DPCAMI, das Comarcas de Palhoça e São José, buscarão incansavelmente a verdade, bem como, verificando serem inverídicas as notícias veiculadas, irá tomar todas as providências policiais cabíveis àqueles que a disseminaram.
Assim, solicito que todo aquele que tiver conhecimento deste tipo de conduta criminosa, a saber sequestro ou tentativa de sequestro de criança EXERÇA SUA CIDADANIA e façam as denúncias através dos número 190, 181, 100, cabendo salientar que as ligações são gratuitas.
A Segurança Pública é DEVER DO ESTADO e RESPONSABILIDADE DE TODOS!
Sandra Mara Pereira
Delegada Regional de Polícia de São José
Delegada Regional de Polícia e.e de Palhoça
Construindo uma Educação para que Todos possam Vem-Ser Juntos
No próximo dia 14 (6ª feira), estaremos iniciando a
formação do EMFRENTE, ano letivo 2014, oportunidade em que receberemos a
palestrante CRISTIANE OLIVEIRA, Facilitadora e Coach.
A palestra “Construindo uma Educação para que Todos
possam Vem-Ser Juntos”, tem o intuito de
proporcionar um momento de reflexão quanto ao “poder de cada um de todos nós”
no processo de transformação da Educação que queremos efetivamente. Por meio de
vivências colaborativas, diálogo e aprendizagem compartilhada, características
indispensáveis para um Agente de Referência atuar na instituição de ensino.
“Fazer a sua parte em harmonia com os outros
para benefício de todos”.
Palestrante e
facilitadora de Jogos Cooperativos para sensibilização de pessoas e
desenvolvimento de equipes por meio da Pedagogia da Cooperação e metodologias
colaborativas. Pós Graduada em Jogos Cooperativos, Pós Graduada em Gerontologia,
Licenciada em Educação Física.
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