No último encontro de formação do EMFRENTE, tivemos a
colaboração da pedagoga Dayse Maria Corrêa, que desenvolveu uma pesquisa junto
ao grupo para elaboração de sua monografia para o curso de Pedagogia, na UFSC,
no ano corrente, intitulada “EMFRENTE:
uma proposição de ‘enfrentamento’ à violência no contexto da Rede
Municipal de Ensino de São José".
Seu trabalho analisou a criação, desenvolvimento e ações do grupo, cuja proposta realizada junto à rede
de ensino realiza a formação e proposições de atividades para as instituições
de ensino, sobre o tema violência. A
pesquisa caracterizou-se como qualitativa de caráter descritivo e exploratória,
com uso de análise de documentos orientadores da rede de ensino, realização de
entrevista junto à profissional da coordenação e uso de questionário junto a
professores participantes da formação.
Os educadores que contribuíram com a pesquisa destacaram a
importância do grupo como um espaço de debates, reflexões, diálogos e ações
contra a violência, além de contribuir com as reflexões para a prática
docente. A maior parte dos profissionais
concorda que os temas abordados nos encontros de formação condizem com a
necessidade de compreensão dos agentes de referência, tendo suas dúvidas
sanadas. Apontou-se, ainda, para a
importância de mais estudos de caso e para a relevância da atuação de mais
psicólogos, atuando junto às instituições de ensino, focando nessa perspectiva.
Percebeu-se que as avaliações sobre as ações do EMFRENTE são
favoráveis no que toca à formação desses educadores, caracterizando-as como
ousadas, ricas, positivas e que levam a escola a discutir, refletir e ajudar as
crianças e adolescentes vítimas de violência.
Entretanto, a pesquisa apontou para o fato de muitos profissionais não
terem uma participação mais efetiva no grupo em virtude de sentirem desconforto
em tratar o tema “violência”, além de certa fragilidade em relação à
constante mudança dos agentes de
referência nas instituições, dificultando a troca de informações e de novas
ações. Esta rotatividade caracteriza-se como decorrente da participação de
profissionais admitidos em caráter temporário e da desistência da participação
do grupo pelos profissionais com vínculo efetivo.
Finalmente, sinalizou-se para a importância de outras
pesquisas relacionadas ao grupo, tendo em vista que o EMFRENTE tem muito a
oferecer como um espaço de pesquisa e como possibilidade de indicar que o tema
do enfrentamento à violência carece de ampliação no âmbito da pesquisa
acadêmica.