7 de out. de 2013

L I M I T E S: Conversando a gente se entende


Conversando na família –
como colocar limites sem violências
 
 
Educar filhos não é nada fácil.  Cada um tem uma personalidade.  Além disso, cada filho vai reagir de um jeito diante da forma que é tratado por seus familiares.

Colocar limites para os filhos é realmente muito importante.  Isso pode fazer com que sintam que alguém se importa com eles e que esta pessoa tem segurança e maturidade para levá-los a entender estas coisas.  Faz a criança e o adolescente perceberem que nem tudo que eles querem eles podem ter, e isso é um aprendizado importante para a vida toda.  Faz compreender que nem todos os seus desejos podem ser realizados e que os outros também têm suas vontades e seus direitos, e isso faz com que os filhos vejam que as pessoas devem ser respeitadas.  Nesse momento eles aprendem a lidar com suas frustrações.

Mas, ensinar a criança e o adolescente a respeitar limites não é fácil.  Muitos pais não sabem como fazer isso sem apelar para a agressão física, para gritos e xingamentos.  Na verdade dessa forma não ensinam a refletirem sobre o que podem ou não podem fazer.  Eles apenas aprendem que certas coisas irritam muito aos seus pais, mas não entendem que é a sua atitude que deve ser pensada e quais as consequências de seus atos.

Então, como colocar limites sem violência?  Pediatras, educadores, psicólogos e outros profissionais que estudam a educação de crianças e adolescentes indicam uma série de ações que se mostram bem eficazes nesta tarefa.

A primeira delas é falar sempre em tom firme.  Isso não quer dizer que a pessoa deva gritar ou ser bruta.  Falar de modo firme é explicar de maneira bem clara e direta para a criança ou adolescente, os motivos daquela proibição ou ordem.  Os filhos percebem se os pais estão em dúvida ou inseguros no que falam.

Proibir uma coisa que os filhos querem muito pode deixá-los tristes, até com raiva e é preciso saber lidar com estas reações.  Alguns pais ficam com muita pena e até remorso, não querem ver seu filho triste ou sofrendo.  Outros se sentem inseguros e têm medo que o filho deixe de gostar deles.  Alguns pais não sabem que dar limites é uma prova de amor.  Falar para a criança ou para o adolescente que sabe que ele está triste ou com raiva, mas que o que foi decidido foi para o bem dele e demonstrar os motivos desta decisão ajudam muito.

Dar algumas opções de escolha pode ajudar a que aquele limite seja mais aceito pelos filhos.  Ensina que eles podem encanar as coisa com outros olhos, achando alternativas.  Por exemplo, se querem ir brincar na rua num dia de chuva, você pode dizer:  “Olha, você não vai sair porque está chovendo e você poderá ficar doente.  Mas você pode ver desenho ou um filme na TV ou brincar de desenhar.  O que você prefere?”

As crianças e os adolescentes no dia-a-dia fazem várias coisas que nós consideramos erradas e precisamos corrigir.  Mas ao apontar seus erros é preciso mostrar a situação correta e não colocar a culpa neles.  Se larga os cadernos da escola em qualquer canto, por exemplo, a mãe pode lhe dizer que o material escolar precisa ser tratado com cuidado e não com relaxamento, senão ele estraga e o filho não vai ter material para estudar.  Infelizmente, alguns pais reagem a situações como esta xingando o filho de relaxado e ele vai se convencendo disso e passa a repetir este comportamento.  A forma como os pais enxergam seus filhos pode influenciar na formação da personalidade deles.

Conversando com profissionais –
recebendo apoio e orientação

Nem sempre sabemos as melhores respostas e o que é melhor para que  nossos filhos cresçam e se tornem adultos com mais chances de serem pessoas felizes. Quando algumas dúvidas continuam e o problema vai se tornando mais pesado,  devemos buscar a ajuda de um profissional. 

Muitas famílias se sentem envergonhadas em falar sobre suas dificuldades ou mesmo sobre a violência que pode estar acontecendo em suas casas.  Outras têm medo de falar sobre o assunto.  Algumas vezes acham que isso só acontece na sua família -  o que não é verdade.  No entanto, falar sobre essas questões e procurar ajuda pode servir para proteger a saúde das crianças e dos adolescentes e para a família superar certos problemas.  É seu direito como cidadão ser ouvido com atenção e respeito e é dever dos profissionais da educação  e da saúde prestar este atendimento.

 Conversar com professores ou com orientadores pedagógicos da creche ou escola de seus filhos pode ser de grande ajuda para compreender as reações deles, como eles são tratados pelos colegas e como eles os tratam, além das dificuldades que os filhos encontram para aprender. 

Conversar com o pediatra, que é o profissional da saúde que acompanha a evolução das crianças e adolescentes, pode ajudar a entender melhor as diversas fases do desenvolvimento físico e emocional.  O pediatra pode apoiar a família, informando, tirando dúvidas sobre o que os seus filhos são capazes de fazer sozinhos e o que não conseguem em certa idade.  Isso ajuda muito a não exigir coisas que a criança e o adolescente ainda não estão preparados para fazer.

O psicólogo ajuda a entender os relacionamentos familiares e as consequências emocionais para crianças e adolescentes de algumas atitudes que nós tomamos.  Ele ajuda a compreender melhor como que certa atitude de uma pessoa acaba influenciando o comportamento dos outros membros da família.

A assistente social pode identificar formas de apoio social e maneiras para que a criança, o adolescente e os familiares tenham acesso a certos direitos, ajudando a que se estabeleça um ambiente mais saudável.

O Conselho Tutelar também é um órgão encarregado pela comunidade de proteger os direitos das crianças e dos adolescentes.  A pessoa que irá te receber no Conselho Tutelar estará lá para lhe atender e aconselhar sobre o que melhor precisa ser feito para o bem estar deles.

Nem sempre ao buscarmos ajuda o resultado é positivo.  Assim como as pessoas falham, as instituições podem também falhar.  O importante é sabermos que temos o direito de encontrar apoio.

Previnir e tratar os problemas que andam juntos com a violência exige a união de diversas pessoas e lugares para aumentar as chances de resolver os problemas.  Você, pai e mãe, são as pessoas mais importantes.  É difícil e doloroso tentar resolver sozinho:  família, escolas, serviços de saúde, Conselhos Tutelares, todos podem contribuir. Cada um tem um papel importante e cada um deles ajuda a garantir a saúde dos filhos e da família como um todo. 

Usar a rede de apoio é, muitas vezes, transformar a vida e o futuro dos nossos filhos e de nossas famílias.  Isso pode permitir encontrar outros caminhos para a convivência familiar, nos ajudando a superar verdadeiramente a violência.

ü  Conselho Tutelar de São José Barreiros:  (48) 3244-7264

ü  Conselho Tutelar de São José Sede (Centro Histórico):  (48) 3259-8972

ü  Disque 100  (denúncia anônima suspeita de violência contra criança/ adolescente)

ü  Secretaria Municipal de Educação de São José:  (48) 3381-7400

 
 
Este material é uma reprodução de trechos do Livro das Famílias, a partir dos capítulos “Conversando a gente se entende” e “E se você precisar de ajuda?”. 
FONTE:  DESLANDES, Suely Ferreira (org.).  Livro das famílias:  conversando sobre a vida e sobre os filhos.  Rio de Janeiro:  Ministério da Saúde/Sociedade Brasileira de Pediatria, 2005.  Disponível em:  http://www.sbp.com.br/pdfs/Livro_das_Famílias2012.pdf

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