14 de jul. de 2014

Guia de Segurança Online


A empresa AVG Tecnologies, uma das líderes de mercado em software de antivírus, está lançando uma cartilha com importantes conselhos para os pais ajudarem seus filhos a navegarem pela internet de maneira segura. E o melhor é que o material, chamado Guia de Segurança Online, está disponível de forma gratuita, em formato e-book (clique para baixar o conteúdo). Nos cinco capítulos são abordados temas como a entrada das crianças no mundo virtual, a privacidade dos bebês, crianças e jovens nas redes sociais e o papel dos pais na educação e no uso dos meios digitais.


Antes da produção do guia, foi necessário um extenso trabalho de pesquisa conduzido pelo engenheiro e embaixador de tecnologia da AVG, Tony Anscombe, que também é autor do livro One Parent to Another sobre o mesmo tema (De um pai para outro, em tradução livre, sem previsão de lançamento no Brasil). Para a pesquisa, mais de cinco mil pais do Reino Unido, França, Alemanha, Espanha, República Tcheca, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Brasil responderam um questionário online que mostrou o comportamento de seus filhos na rede.


 Os dados apontaram para uma surpresa: 89% das crianças entre 6 e 9 anos são ativas na internet e, entre suas atividades preferidas, estão os jogos e a interação via redes sociais. Porém, a preocupação com a segurança não aumenta na mesma proporção e muitos pais (30%) não acham necessário um controle parental. "Eles levam suas vidas movimentadas e evitam o debate sobre segurança na internet até que haja um problema mais sério. É claro que medidas preventivas e educativas são muito mais eficientes para evitar apuros. É muito importante encontrar tempo para se envolver com o assunto", aponta Anscombe em entrevista à CRESCER.  
É justamente para difundir informação que a AVG apostou no lançamento da cartilha que aponta os erros mais comuns que as famílias costumam cometer em relação à internet e levanta uma série de orientações para tornar a vida online do seu filho mais protegida. Abaixo você confere alguns dos assuntos abordados no Guia da Segurança Online. 
Conteúdo inapropriado


O questionário da AVG Tecnologies mostra que o Facebook é a rede social preferida das crianças. Apesar de recomendar o acesso para maiores de 13 anos, quase 20% das crianças do mundo descumprem o aviso e fazem um perfil antes dos 9 anos. Se analisarmos apenas as crianças brasileiras na mesma faixa etária, a porcentagem sobe para impressionantes 54%!
A interpretação desse dado indica um problema grave, como aponta Anscombe: “Significa que o pai permitiu conscientemente que o filho mentisse a idade. Além disso, permite que ele se coloque em situações que são projetadas para serem usadas por crianças com mais maturidade”. Assim como os filmes, jogos e programas de TV são categorizados por idade para evitar que determinado conteúdo seja veiculado para um público inapropriado, as mídias sociais valem-se da mesma lógica, como explica a advogada especialista em Direito Digital, Luciana Reck Pinheiro: “Sabemos que o cyberbullying vem crescendo, assim como a pedofilia e até o conteúdo publicitário, que no Facebook é destinado para maiores de 13 anos”, disse a especialista.
Questão de equilíbrio
Por que você não acha assim tão estranho quando o seu filho pede para ter um perfil nas redes sociais? O fato de morarmos num dos países mais conectados do mundo é um dos fatores favoráveis. O último levantamento oficial do Facebook realizado em 2013 mostrou que quase 65 milhões de pessoas no país têm perfil na rede social, o que faz do Brasil o segundo no ranking com mais usuários, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Dentre esses milhões estão os pais, os tios, os avós e até os amigos da escola do seu filho. O que quer dizer que se você não quiser ser chamado de 'carrasco', precisa fazer concessões. “No mundo de hoje, o pai que proíbe o filho de usar a internet está, de alguma forma, restringindo o convívio social da criança. O desafio é encontrar um balanço entre o que é legal e o que pode trazer riscos”, acredita Luciana Ruffo, coordenadora do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC- SP. A fórmula para esse equilíbrio vai depender de cada família, mas a iniciativa dos pais de procurar por informação é um bom começo.
Direito à privacidade

Outro passo importante é o bom senso. De acordo com a pesquisa da AVG, 80% dos pais de crianças de até dois anos postaram, pelo menos uma vez, imagens dos seus filhos na internet. Para 24% dos pais brasileiros, a primeira foto saiu direto da maternidade. O maior motivo disso é “dividir os momentos com amigos e familiares”.

Tony Anscombe chama atenção para o fato de que esta ânsia dos pais está causando um fenômeno curioso: com as postagens sobre a gravidez e as imagens do ultrassom, muitas crianças enfrentam o nascimento digital antes do físico. E isso pode fazer uma diferença enorme lá na frente. Por isso, antes de colocar uma foto da criança na maternidade, tomando banho ou mesmo dividir um fato sobre a rotina dela, mesmo que você julgue inofensivo, pense que certos tipos de compartilhamento podem violar a privacidade das crianças no futuro ou colocar em risco suas identidades digitais. Imagina se seu filho quiser se manter anônimo no futuro? O que fazer com todas aquelas fotos na rede? Pense nisso!
O uso saudável da internet
Muitos especialistas em universo digital defendem que a internet é como a rua: há pessoas com intenções boas e ruins, há caminhos que levam para diversos lugares e há perigos aparentes e escondidos. Por isso, é tão importante que esse tema esteja sempre presente em conversas familiares. Afinal, é por meio das discussões, do debate e do compartilhamento de ideias que vem a conscientização.

Para Anscombe, ter um canal aberto entre filhos e pais incentiva a reflexão e ajuda a melhorar a relação. “A falta de diálogo pode deixar as crianças sem ter para onde levar suas preocupações, dúvidas ou pedir conselhos. Muitas vezes elas precisam de um ponto de vista mais maduro e é muito importante que seja o dos pais”.

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