Na última quinta-feira, dia 29/09, os integrantes do EMFRENTE
se reuniram no auditório da Secretaria Municipal de Educação, onde tiveram a
oportunidade de conhecer e apreciar o trabalho em Artes Visuais de Luize
Zanette, que trata de um olhar sobre a sociedade e suas características: “Meu trabalho está pautado na infância e suas
memórias”.
A
obra apresentada aos Agentes de Referência é fruto das atividades
realizadas em uma disciplina que trata da pintura no campo expandido (fora do
suporte da tela e às vezes, até mesmo sem a utilização da tinta), onde teve a
oportunidade de vivenciar um semestre trabalhando com a costura, e aplicação de
tinta e outros materiais pertinentes à infância, queima em forno e posterior
derretimento de Bonecas de plástico. “O
que notamos (eu e meu orientador) é que a forma como as bonecas ficavam, era
muito interessante e trazia uma série de questões pertinentes não somente às plásticas,
mas sobre o que se entende como infância.”
Dentre os referencias utilizados, Luize Zanette mencionou Sonia
Kramer, que em seu texto Infância, cultura
contemporânea e educação contra a barbárie,aponta vários problemas e violências por que
passam as crianças. Kramer
diz que o cerne da violência, de toda a discriminação e eliminação está no fato
de a humanidade não conseguir lidar com o principal problema que habita a
origem dos crimes contra a vida: a dificuldade de aceitar e entender que somos
plurais somos constituídos na diferença.
Outro
referencial presente na obra de Luize Zanette é o trabalho de Janusz Korczak,
um médico, humanista, educador e para minha sorte, escritor. Entre suas várias
publicações redigiu, Quando eu voltar a
ser criança, um relato de um diretor de escola que volta a seus tempos de
infante e descreve um autentico texto do que é essa infância. Que nas
brincadeiras existiam também muitas mágoas, pois eram carregadas de uma
violência muito sutil que torna essa época tão difícil como qualquer outra, até
mais pela dificuldade de se expressar pelo que se passa, o que se deseja e
muito disso vindo dessa mania dos adultos de não levarem as crianças a sério.
O
contato com a produção de Luize despertou sentimentos diversos entre os
participantes, oportunizando um debate rico entre a artista e os educadores e
trazendo à tona questões referentes às diversas formas de violência que
acometem crianças e adolescentes.
Luize
Zanette afirmou que, embora seu trabalho seja “um olhar entre tantos outros”, pretende
colocar esses holofotes sobre pequenas e grandes violências das quais são
vitimas as crianças e que não podemos nos colocar distantes dessas realidade,
uma vez que todos já fomos crianças, também. “O que percebo é que seguimos
nossas vidas com cicatrizes desse passado. Cicatrizes essas que não contamos rindo
como “causos” quando questionados. São as que ocultamos de nós mesmos, que
muitas vezes nem percebemos que ali estão. E que nessa observância desse ponto
que se trancou lá, há muito tempo, talvez possa ser iluminado esse presente e
esse futuro para vivermos um pouco melhor e poder de alguma maneira transmitir
isso às futuras gerações.”
Na qualidade de residente da Vara da Infância e Juventude, gostaria de saber mais sobre o trabalho da Luize Zanette, vcs tem como passar o e-mail dela? Att., Frederico Teixeira (teixeira@tjsc.jus.br)
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